FIFA: escândalo no mundo futebol

FIFA: escândalo no mundo futebol
De  Maria-Joao Carvalho
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*Duas investigações estão a agitar o mundo do futebol * Um terremoto que atingiu a nata da federação internacional de futebol, com sete presos

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*Duas investigações estão a agitar o mundo do futebol *
Um terremoto que atingiu a nata da federação internacional de futebol, com sete presos, incluindo dois vice-presidentes e cinco executivos indiciados por extorsão e corrupção.
Há duas operações em curso, realizadas pelos tribunais suíços, uma em colaboração com os EUA e a outra independente.
A primeira incluiu a detenção de sete dirigentes da FIFA, em Zurique, num hotel. As autoridades helvéticas indicaram que se prevê a sua extradição para os Estados Unidos, onde as autoridades de Nova Iorque os investigam por terem, alegadamente, aceitado subornos desde o início dos anos 1990.
A segunda investiga as irregularidades na atribuição dos Mundiais da Rússia 2018 e do Qatar 2022, com a busca e apreensão de documentos na sede da FIFA – recorde-se que, em 2014, depois da Comissão de Ética da FIFA ter ilibado a Rússia e o Qatar das acusações de corrupção na captação de votos para a organização dos referidos campeonatos do mundo de futebol, foi a própria FIFA que fez queixa-crime na procuradoria suíça de Berna, devido a alegadas irregularidades no processo.

Fifa : la justice américaine annonce près de 150 millions de dollars de pots-de-vin http://t.co/2qq979DjBd

— Le Figaro (@Le_Figaro) 28 Mai 2015

O escândalo rebentou a dois dias das eleições para presidente da FIFA.

Mas, desde 1991 – de acordo com os investigadores americanos – duas gerações de líderes da FIFA terão sido culpadas de corrupção,“ano após ano, torneio após torneio”, envolvendo também a eleição do presidente da FIFA, em 2011 e a _atribuição do Mundial à África do Sul, em 2010.

A pesquisa do * FBI *

Foram precisos dois anos de investigação para apresentar – em setembro de 2014 – um relatório de 430 páginas (mais de 200 mil de anexos). Pelo menos oficialmente (muito poucos foram capazes de ler na íntegra) tentou proteger-se a privacidade de 75 testemunhas citadas.

Em dezembro de 2014, a FIFA decidiu não divulgar sua própria investigação de corrupção – que, segundo a entidade, disse que o processo de escolha foi isento. O autor do relatório, o americano Michael Garcia, renunciou ao cargo.

A investigação do “FBI” http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2015/05/fbi-investigacao-sobre-fifa-quer-livrar-futebol-de-corrupcao: não deixa margem para dúvidas sobre a corrupção, com esquemas de extorsão e branqueamento de capitais e está apenas no princício.

Nos Estados Unidos, “Chuck Blazer”: http://www.buzzfeed.com/kenbensinger/the-rise-and-fall-of-chuck-blazer-the-man-who-built-and-bilk#.ksmZRyR1nr é acusado de ter estado envolvido em esquemas de corrupção relativos à escolha de países para vários Mundiais, enquanto secretário-geral da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e das Caraíbas (CONCACAF). A situação terá começado em 1990 e só teve fim em 2010, quando Blazer votou pela realização do Mundial de 2018 na Rússia, quando se esperava que votasse pelo Reino Unido, pouco depois de uma visita ao Kremlin.

Em paralelo com o FBI, Suíça abriu um processo penal por corrupção, suspeita de gestão danosa e lavagem de dinheiro, relativas à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022, na Rússia e no Qatar. Moscovo promete trabalhar em conjunto para esclarecer a verdade, mas, na realidade, defende vigorosamente os suspeitos, garante que tudo ocorreu de forma regular e acusa Washington de “uso extraterritorial” das leis norte-americanas.

  • Os detidos *

Os sete líderes da FIFA acusados ​​pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e detidos na Suíça são:

Jeffrey Webb (Ilhas Caimão), Vice-Presidente do Comité Executivo da FIFA
Eugenio Figueredo (Uruguai), Vice-Presidente e ex-presidente da Associação de Futebol da América do Sul
Jack Warner (Trinidad e Tobago), ex-membro do Comité Executivo
Eduardo Li Julio Rocha (Nicarágua)
Costa Takkas (Grã-Bretanha)
Rafael Esquiviel (Venezuela)
José Maria Marin (Brasil)

Os 17 anos de presidência de Joseph Blatter foram férteis em controvérsias , mas, a acusação de compra de votos nos casos dos Mundiais da Rússia e do Qatar ensombrou o mandato cessante, apesar de haver poucas dúvidas sobre ganhar mais um.

Luis Figo , Diego Maradona e Romário , insatisfeitos com a direção da FIFA, acusam o sistema de “ditadura” e mostram-se satisfeitos com as investigações e detenções.

Só a FIFA se diz lesada.

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