Maioria dos finlandeses são contra a construção de um museu Guggenheim em Helsínquia

Maioria dos finlandeses são contra a construção de um museu Guggenheim em Helsínquia
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O projeto de construção de um museu Guggenheim em Helsínquia está a gerar polémica na Finlândia. A maioria da população considera que se trata de

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O projeto de construção de um museu
Guggenheim em Helsínquia está a gerar polémica na Finlândia.

A maioria da população considera que se trata de uma despesa desnecessária em plena crise.

Os arquitetos que desenharam o projeto foram escolhidos entre mil e setecentos candidatos.

Face à resistência de uma grande parte da população, o francês Nicola Moreau e a japonesa Hiroko Kusunoki apresentaram as qualidades do projeto.

Segundo a dupla de arquitetos, o projeto baseia-se nos conceitos de “abertura e transparência, numa escala humana”.

“Quisemos também criar um elo entre a cidade, é por isso que se chama Arte na Cidade”, frisou Nicola Moreau.

Para a Fundação Guggenheim o projeto integra-se perfeitamente na paisagem finlandesa.

“Penso que respeita a estrutura da rua e a herança ligada à madeira que faz parte da história da Finlândia. Há uma relação íntima com o mar, que também faz parte da natureza da Finlândia”, sublinhou Richard Armstrong, diretor da Fundação Guggenheim.

“É como se o edíficio já estivesse aqui, é muito interessante fazer um edifício que parece fazer parte da Finlândia apesar de ser novo”, defende Mark Wigley, professor de Arquitetura e membro do júri que selecionou o projeto.

Os argumentos dos opositores não se baseiam em critérios artísticos, mas, sobretudo, em considerações financeiras.

Além dos custos de construção, a cidade terá de pagar vinte milhões de euros para receber o museu.

A urbanista e política Kaarin Taipale afirma que os custos fixos associados ao novo museu vão pesar demasiado no orçamento da cidade.

“É extremamente injusto porque a cidade tem de pagar tudo. Não apenas a construção, mas ceder este terreno precioso e pagar todos os custos com pessoal, no mínimo são sete milhões por ano que saem do orçamento da cidade numa altura em que há cortes de despesa em todas as áreas”, sublinhou a urbanista.

Segundo uma sondagem publicada pelo maior jornal finlandês
o Helsingin Sanomat, dois terços dos habitantes da capital são contra o projeto, em pleno período de cortes na despesa do Estado que ameaçam o modelo social do país.

“O conceito do Guggenheim é caro para a Finlândia, é o que as pessoas dizem na sondagem. As pessoas receiam que as receitas do projeto não paguem as despesas. As pessoas mostram-se céticas. Para muita gente, a construção de um museu de arte não é uma prioridade, numa má altura para a economia”, disse Hanna Mahlamäki, diretora da secção cultural do jornal.

Para convencer a opinião pública, os adeptos do projeto do organizaram um debate onde a população pode colocar questões aos arquitetos.

No final da sessão houve prós e contras.

“Penso que é uma grande honra e uma grande oportunidade para Helsínquia ter aqui o museu Guggenheim, espero que o projeto se faça”, disse Juha Christensen, gestor de empresas de 57 anos.

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“É claro que a marca Guggenheim é uma marca importante. Mas a Finlândia também é um país forte em termos criativos. Com esse dinheiro podemos criar a nossa própria marca, penso que esta ideia dever ser considerada”, considerou, por seu turno, o arquiteto Omer Kanipak.

Graças ao projeto, a capital finlandesa espera conseguir o chamado “efeito Bilbao”. Na cidade espanhola o museu contribui para a renovação urbana e fez aumentar o turismo.

Resta saber se só por si o Guggenheim consegue criar uma nova dinâmica e compensar o investimento público numa altura em que é pedido à população para apertar um pouco mais o cinto.

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