Por ocasião do festival de jazz de Istambul, a euronews entrevistou o trompetista norte-americano de origem iraquiana Amir Elsaffar. Nascido em 1977
Por ocasião do festival de jazz de Istambul, a euronews entrevistou o trompetista norte-americano de origem iraquiana Amir Elsaffar.
Nascido em 1977, o músico especializou-se na música “maqam”, uma tradição artística do mundo árabe. Além de tocar regularmente, Elsaffar organiza concertos semanais em Nova Iorque para dar a conhecer as tradições artísticas do Médio Oriente.
Em Istambul, Elsaffar subiu ao palco com os ‘Two Rivers Ensemble’, um grupo que mistura jazz e sonoridades orientais.
“O nosso som mistura música tradicional do Iraque, música árabe, música maqam do Médio Oriente, jazz americano e europeu e música contemporânea. A cada concerto, eu sinto que descobrimos formas novas de combinar diferentes tradições para compor uma nova sonoridade”, explicou o músico.
“Eu toco santur, um instrumento iraquiano antigo que remonta ao tempo da Babilónia, na era da Suméria.
Canto maqam, um estilo de canto de Bagdade, de Mosul e de Kirkuk.
É uma prática que existe há vários séculos. Com o meu trompete, toco
taqseem, uma forma de improvisação da música tradicional do Médio Oriente”, acrescentou Elsaffar.
O músico de origem iraquiana sofre com a situação atual do país de origem.
“Não creio que tocaria música desta forma se não sentisse uma dor e um tumulto emocional dentro de mim devido à situação do meu país e de toda a região. Não é apenas o Iraque, é a Síria, o Egito e a Líbia. É algo que me afeta todos os dias. Às vezes não sei lidar com isso, mas, a música permite-nos lidar com as emoções de uma forma que pode ser curativa para mim e para o público”, contou o músico de origem iraquiana.
Amir ElSaffar iniciou recentemente uma digressão com os Two Rivers Ensemble e deverá lançar em breve “Crisis”, o terceiro álbum de estúdio.