Manuel Contreras, que foi o chefe da polícia política da ditadura de Augusto Pinochet, morreu, na sexta-feira, com 86 anos. Debatia-se há vários anos
Manuel Contreras, que foi o chefe da polícia política da ditadura de Augusto Pinochet, morreu, na sexta-feira, com 86 anos. Debatia-se há vários anos com um cancro, diabetes e insuficiência renal.
O antigo general foi condenado a mais de 500 anos de prisão por casos de tortura, desaparecimentos e raptos de elementos da oposição. Jamais reconheceu algum dos crimes.
Dezenas de chilenos, entre eles antigos presos políticos, festejaram em frente ao hospital onde morreu.
“Estou muito feliz, mas é um sentimento contraditório, porque este assassino morreu de doença, mas devia ter sofrido mais, tal como muitos companheiros sofreram. Eu também sinto que a justiça ainda não chegou a este país. Apenas recentemente, depois de muitos anos, estamos a descobrir sobre muitos crimes, muito crimes que a ditadura cometeu”, sublinhou o ativista Sergio Contreras.
“Este senhor implementou o ódio, matou… Nós estávamos orgulhosos da nossa democracia em 1973, estávamos orgulhosos de sermos democráticos e ele destruiu este país. É um país muito diferente agora”, afirmou Veronica Caceres.
Contreras foi preso em 2005 pelo sequestro de um opositor. A partir daí sucederam-se as condenações.
Durante a ditadura chilena, mais de 3200 pessoas morreram ou desapareceram e mais de 38 mil foram torturadas.