Reino Unido e EUA: Quem aumenta primeiro as taxas de juro? O que pretende o Egito como o novo Canal do Suez?

Reino Unido e EUA: Quem aumenta primeiro as taxas de juro? O que pretende o Egito como o novo Canal do Suez?
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Esta semana, em Business Middle East, vamos olhar as taxas de juro no Reino Unido e nos EUA e, em Business Snap Shot, vamos descobrir o que os

PUBLICIDADE

Esta semana, em Business Middle East, vamos olhar as taxas de juro no Reino Unido e nos EUA e, em Business Snap Shot, vamos descobrir o que os egípcios esperam do novo canal do Suez.

Desde o final do ano passado que a Reserva Federal tem vindo a repetir a sua intenção de elevar as taxas de juro, em breve, mas sem falar numa data específica. Enquanto isso, na última reunião do Banco de Inglaterra, ‘ficou no ar’, que Mark Carney tem as mesmas intenções que Janet Yellen. Entre indicadores oficiais e dados económicos as previsões para as taxas de juro vão oscilando, no Reino Unido e nos Estados Unidos, enquanto se aguarda uma decisão. Começam a colocar-se questões: que banco vai tomar esta decisão primeiro?

Aumento das taxas de juro: O tempo é tudo

Os decisores políticos, nos Estados Unidos e Reino Unido, enfrentam tempos difíceis devido à possível subida das taxas de juro. Na última reunião do Banco de Inglaterra, a taxa de juro foi mantida no meio por cento enquanto o Comité de Política Monetária mostrava, depois de um encontro, que não havia pressa no aumento. O Presidente do Banco de Inglaterra afirmou que o banco não pode prever o momento para dar esse passo que resulta e depende da evolução económica.

Foi, exatamente, isso que Janet Yellen, a responsável da FED, disse, em junho passado, altura em que relacionou a subida das taxas com os resultados económicos.

A taxa de inflação ainda é baixa em ambos os países. Nos Estados Unidos situa-se nos 0,2%, enquanto os dados mostram “zero” no Reino Unido.

Analistas económicos disseram, após o último relatório sobre o emprego nos EUA, que a FED poderá aumentar os juros em setembro. É uma possibilidade mas que precisa de se basear nos dados económicos.

Para obter mais esclarecimentos sobre esta questão ouvimos, como habitualmente, Nour Eldeen al Hammoury, da ADS Securities.

O Banco de Inglaterra está a ter uma atitude semelhante à FED, em relação à subida das taxas de juro e à falta de clareza sobre o momento em que isso vai acontecer? Quem é que vai dar o primeiro passo?

Nour aldeen al Hammoury:

É muito cedo para falar no aumento das taxas por ambos os bancos. No ano passado a FED prometeu, ao mundo, aumentar as taxas entre os dois encontros seguintes. No início falaram em março depois adiaram para junho e depois para setembro. Agora poderão adiar de setembro para dezembro, ou talvez para o próximo ano.

No Reino Unido, o Banco de Inglaterra pode ser mais transparente do que a FED e vimos isso nas últimas declarações e atas de reuniões. Aquilo que ainda falta, antes de aumentar as taxas, é a inflação, que continua a ser baixa e, provavelmente, permanecerá baixa algum tempo devido à queda dos preços do petróleo.

Portanto, o Banco de Inglaterra está ‘em melhor forma’ para aumentar as taxas. No entanto, a questão que permanece, é saber se a inflação vai subir para permitir que os bancos aumentem, ou não, as taxas.

Euronews:

Mencionámos, na semana passada, que a libra manteve-se forte, pensa que os mercados estão a apostar na libra porque acreditam que as taxas vão aumentar? O cenário é idêntico ao que se passa com o dólar?

Nour aldeen al Hammoury:

Ainda não. No entanto, a libra britânica (GBP) mostrou uma estabilização notável nas últimas três semanas. O GBP contra o dólar foi negociado numa faixa de 1,53 e 1,57. Esta estabilização mostra a força do GBP, contrária a outras moedas, como o euro, que caiu, novamente, face ao dólar.

Entretanto, e após a declaração do Banco de Inglaterra de que a subida das taxas dependente dos dados, os próximos relatórios económicos terão um notável e significativo impacto sobre os mercados e a libra. Muito maior do que os anteriores, os números positivos farão os investidores e comerciantes pensarem os preços de acordo com as taxas definidas pelo Banco de Inglaterra, o que pode acabar por ser o mesmo que aconteceu com o dólar nos EUA, este ano.

PUBLICIDADE

Business Snap Shot: Novo Canal do Suez, o início de um novo desafio

A meta ambiciosa do Egito, de expansão do Canal do Suez, num ano, foi divulgada na abertura oficial. No entanto, esta grande cerimónia é apenas o começo de um enorme desafio que exigirá, aos setores público e privado, um forte trabalho no desenvolvimento de projetos e investimento para a área do Canal.

Apesar da grande cerimónia de abertura do novo Canal de Suez, muitos analistas questionam se os cerca de 7 mil milhões de euros pagos vão trazer os prometidos benefícios económicos.

Durante 12 meses, cerca de 400 empresas privadas e 25.000 trabalhadores foram mobilizados para Ismaília. Ali construíram um novo canal, de 35 km, alargando e tornando mais profundos os 37 km do original, expandindo a capacidade de 49 para 97 navios por dia.

PUBLICIDADE

Em 2023 as receitas do canal deverão duplicar, ou seja, deverão chegar a mais de 12 mil milhões de euros.

Segundo estimativas oficiais, espera-se que o projeto de desenvolvimento da área de implementação do canal possa criar cerca de um milhão de postos de trabalho. A criação de emprego passa por atrair investidores, ou seja, pela construção de fábricas ou instalações logísticas, em zonas industriais, que estão projetadas para a área que circunda o canal.

Milhões de egípcios depositam as suas esperanças neste projeto esperando que ele impulsione a economia num país onde mais de 20% da população vive abaixo do limiar da pobreza.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

2015: A profunda incerteza da economia global

A (in)decisão da Fed na mira do mundo

OPEP: As consequências da elevada produção de petróleo