Presidente da Bielorrússia liberta presos políticos e União Europeia "aplaude"

Presidente da Bielorrússia liberta presos políticos e União Europeia "aplaude"
De  Francisco Marques com EFE, Belta
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Nikolai Statkevich é, porventura, o mais mediático dos 6 presos políticos indultados este fim de semana pelo Presidente da Bielorrússia. Após o fim

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Nikolai Statkevich é, porventura, o mais mediático dos 6 presos políticos indultados este fim de semana pelo Presidente da Bielorrússia. Após o fim na sexta-feira do prazo para apresentação de candidaturas às presidenciais de 11 outubro, Alexandr Lukashenko, descrito por muitos como o último ditador da Europa, decidiu aceder ao pedido de Bruxelas para libertar, antes das eleições, os 6 elementos da oposição.

These are all the 6 political prisoners #Lukashenko just amnestied. Major signal 2 West before elections. #Statkevichpic.twitter.com/qrnSMnPIZV

— Fabian Burkhardt (@fa_burkhardt) 22 agosto 2015

Statkevich foi surpreendido pela libertação, mas considerou o momento escolhido como uma manobra do atual chefe de Estado para impedir o regresso da oposição às urnas. “Não estava à espera que Lukashenko me libertasse antes das eleições. Apesar de tudo, correu bem. Eles geriram bem a questão das eleições e, hoje, a oposição está num impasse. Nem pode boicotar o sufrágio nem pode apoiar nenhum dos candidatos aprovados. Há muita incerteza sobre o que fazer e foi apenas por isso que me libertaram”, afirmou o antigo líder do Partido Social Democrático da Bielorrússia.

Statkevich, de 59 anos, estava detido há mais de 4 anos, após concorrer às últimas presidenciais bielorrussas e perder por larga margem contra Lukashenko (1,02 por cento dos votos contra 79,65 por cento). As eleições decorreram a 19 de dezembro de 2010 e foram consideradas fraudulentas pelo ocidente.

Centenas de pessoas, entre elas pelo menos dois dos candidatos derrotados nas presidenciais, foram detidas sob acusação de organizar e participar nos protestos pós-eleitorais, que degeneraram em confrontos com as forças de segurança bielorrussas. Os Estados Unidos e a União Europeia exigiram a Minsk a libertação de todos os ex-candidatos presidenciais, mas não foram mais além do que vetar vistos de viagem para Lukashenko.

Este sábado, o gabinete de imprensa do Presidente bielorrusso anunciou a decisão de indultar 6 prisioneiros, tendo por base princípios humanos. Entre eles, Nikola Statkevich, que havia sido condenado em maio de 2011 a 6 anos de prisão. “Guiando-se por um princípio de humanismo, o Presidente da Bielorrússia decidiu indultar e libertar Nikolái Dedka, Ígor Olinevich, Nikolai Statkevich, Yevgueni Vaskovich, Artiom Prokopenko
e Yuri Rubtsov”, informou a agência de notícias estatal BelTA.

Лукашенко принял решение о помиловании и освобождении Николая Статкевича и ряда других лиц http://t.co/whSgp7r04Jpic.twitter.com/YVBijlykYT

— БелТА.by (@belta_news) 22 agosto 2015

(Tradução: “Lukashenko decidiu perdoar e libertar Nikolai Stakevich e uma série de outros…”)

A União Europeia já qualificou, entretanto, a libertação dos presos políticos como “um grande passo para a melhoria das relações com a Bielorrússia.”

O indulto surge numa altura em que Alexandr Lukashenko está na corrida para um quinto mandato consecutivo à frente da Bielorrússia. Minsk ganhou preponderância no cenário político internacional quando, em fevereiro, serviu de base para as negociações de paz para o leste da Ucrânia, que envolveu a Rússia, a França e a Alemanha.

Na corrida à presidência está também, pela primeira vez, uma mulher. Tatiana Korotkevich já reagiu ao indulto promovido por Lukashenko e relacionou-o à “difícil situação económica” do país, muito dependente do setor energético russo e a necessitar de estreitar novos laços com o ocidente.

Election 2015. Most potential presidential candidates reach 100,000 signature threshold http://t.co/ytXO7ukF28

— BelTA (@Belarus_News) 20 agosto 2015

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