Nova Orleães: 10 anos depois do Katrina

Nova Orleães: 10 anos depois do Katrina
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Dez anos depois da passagem do Furacão Katrina, que matou mais de 1800 pessoas e devastou a região do Golfo do México, Nova Orleães, nos Estados

PUBLICIDADE

Dez anos depois da passagem do Furacão Katrina, que matou mais de 1800 pessoas e devastou a região do Golfo do México, Nova Orleães, nos Estados Unidos da América, começa a recuperar o dinamismo económico e cultural.

O Bairro Francês foi restaurado e continua a ser a principal atração do município, tendo recebido perto de 10 milhões de turistas no ano de 2014.

A recuperação da cidade tem sido gradual e nem todos concordam com os critérios.

Os habitantes do Lower Nineth Ward, um bairro dos subúrbios habitado, maioritariamente, por negros da classe baixa, afirmam que apenas 24% conseguiu voltar para as suas casas.

Errol Joseph, de 64 anos, está a reconstruir a habitação com a ajuda de voluntários.

Este norte-americano justifica esta disparidade de ajudas com a discriminação racial.

“É por sermos negros”, assegura Errol Joseph.

Há uma década 80% da cidade de Nova Orleães ficou submersa.

De acordo com os censos, desde o Katrina cerca de 100 mil negros abandonaram a cidade, apenas 10 mil brancos saíram de Nova Orleães.

Steve Robinson e o pai, Fred, conseguiram reconstruir a casa mas reclamam da autarquia mais apoios para os bairros mais pobres.

“Gostaria de pedir ao presidente da câmara para se concentrar mais nesta área e nos subúrbios da cidade porque o Bairro Francês não é a única área da cidade. Sim, é a parte rica mas e as pessoas que vivem nos arredores da cidade? E nós?” pergunta Steve Robinson.

Dez anos depois, no sítio onde o dique da Avenida de Londres rebentou, encontramos um museu ao ar livre. Sandy Rosenthal atribui a inundação da cidade à ineficácia do sistema de proteção.

“As pessoas chegam ao aeroporto Louis Armstrong com vontade de perceberem o que se passou aqui, apesar de terem passado 10 anos. Estamos contentes com isso pois os sobreviventes merecem que todas as pessoas conheçam os factos das inundações. Merecem que todos saibam que fomos inundados por causa de uma falha da engenharia e não apenas por culpa da Mãe Natureza”, afirma Rosenthal.

O novo sistema de proteção contra inundações custou cerca de 15 mil milhões de dólares e foi desenhado para mitigar as marés das tempestades antes de entrarem na cidade.

A natureza continua a exercer um papel fundamental com os pântanos a formarem uma barreira natural.

Em 2007 o Estado do Luisiana iniciou uma campanha para proteger e restaurar os pântanos. Parte dos fundos advêm de outro desastre que assolou a região.

A cientista da Federação Nacional para a Vida Selvagem, Alisha Renfro, afirma que há “verbas que nos chegam por causa do derramamento de petróleo da BP. Podemos usá-las para restaurar a zona costeira. É uma oportunidade muito triste, mas, na verdade, é também bastante original e pode ajudar-nos muito.”

O governo confirmou que grande parte dos 6 mil e 800 milhões de dólares obtidos no acordo com a BP, depois do derramamento de petróleo em 2010, vão ser utilizados para recuperar a zona costeira.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Incêndios de Maui: 93 mortos; 4500 desalojados

Havai: Cidade de Lahaina com o coração em cinzas

Incêndios no Havai: 80 mortos e mil casas ardidas