Migração ilegal: Bulgária associa-se à Hungria no combate às redes de tráfico humano

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De  Francisco Marques com Reuters, Novinite, BTA
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A viagem dramática de milhares de migrantes e refugiados tem um novo capítulo na fronteira da Sérvia com a Hungria: uma nova e densa barreira de

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A viagem dramática de milhares de migrantes e refugiados tem um novo capítulo na fronteira da Sérvia com a Hungria: uma nova e densa barreira de arame farpado e a aliança entre as autoridades húngaras e búlgaras no combate às redes de tráfico de pessoas dentro da União Europeia.

Os últimos dias têm sido marcados pela descoberta de camiões a transportar dezenas de clandestinos. Na quinta-feira, um destes camiões foi encontrado na Áustria, junto à fronteira com a Hungria, com 71 pessoas mortas por asfixia no interior da respetiva câmara refrigeradora, incluindo três crianças e um bebé. Na sexta-feira, outro camião foi intercetado em território austríaco transportando 26 migrantes ilegais.

Associados ao camião encontrado quinta-feira, com 71 mortos, foram detidos na Hungria 3 cidadãos búlgaros e um afegão sob suspeita de envolvimento numa rede de tráfico humano. No sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Bulgária garantiu que o caso em questão em nada tem a ver com um alegado tráfico humano realizado através da Bulgária.

Case with Truck with Dead Migrants in Austria Has No Connection with Trafficking via Bulgaria - Foreign Minister http://t.co/rYdkjadOb0

— BulgarianNewsAgency (@BTA_TopNews) 29 agosto 2015

(Tradução: “O caso do camião com migrantes mortos na Áustria não tem ligação com tráfico através da Bulgária – Ministro dos Negócios Estrangeiros”)

“As redes de tráfico de pessoas tornaram-se muito vastas e desenvolveram as próprias logísticas. Este tornou-se um horrendo negócio lucrativo. A nacionalidade, aqui, não faz diferença e é por isso que a União Europeia deve agravar as medidas e as punições contra estes grupos criminosos”, afirmou o ministro Daniel Mitov, através da televisão búlgara Nova TV, acusando ainda os países fronteiriços dos territórios controlados pelo grupo Estado Islâmico de não tomarem suficientes medidas contra as organizações terroristas.

Mitov acrescentou que medidas mais pesadas contra o tráfico de humanos estão a ser discutidas na Bulgária, incluindo penas de prisão e a apreensão de propriedades a funcionários públicos que tenham sido cúmplices destas redes.

Os migrantes que conseguem chegar à Hungria são, entretanto, conduzidos para um campo em Röszke, próximo da fronteira com a Sérvia, para serem identificados e receberem os documentos que lhes permitam seguir viagem. Muitos não respeitam os critérios estabelecidos para serem considerados refugiados, tentam fugir e seguir viagem de forma clandestina. Alguns, cedendo ao transporte através de redes de contrabando de pessoas em proliferação na região, à custa do desespero destas pessoas em fuga.

Passando a fronteira, o destino seguinte é Budapeste, onde os migrantes e refugiados esperam conseguir apanhar um comboio rumo à Alemanha. Centenas estão a concentrar-se, por exemplo, junto da estação de Keleti, exigindo acesso aos comboios.

Para limitar a crescente “invasão” de migrantes, a Hungria anunciou no sábado já ter terminado a construção, na fronteira com a Sérvia, de uma densa barreira de arame farpado, o que provocou uma reação negativa das autoridades sérvias.

Milhares de pessoas continuam a chegar todos os dias à Macedónia, via Grécia. São migrantes e refugiados oriundos do Médio Oriente, do norte de África ou do sul da Ásia. Da Macedónia, os migrantes seguem para a Sérvia e depois para a Hungria. O sonho destas pessoas é chegar ao norte da Europa, em especial à Alemanha, à Áustria ou à Suécia — ver em baixo o mapa do espaço Shengen, de livre circulação de pessoas e bens.

A televisão húngara, entretanto, fez saber que não irá mostrar mais na sua emissão as faces de crianças entre os migrantes que estão a atravessar o país. A estação não explicou os motivos, mas alguns meios estarão a sugerir ser uma tentativa de não criar empatia entre os cidadãos e os migrantes em trânsito.

Dois cidadãos búlgaros foram detidos sexta-feira na região de Komotini, na Grécia, sob acusação de auxílio à migração ilegal. Os alegados turistas terão dado boleia a pessoas que afinal eram migrantes clandestinos em trânsito e agora arriscam uma pena de prisão que, na Grécia, é no mínimo de 2 anos.

Outros 3 cidadãos búlgaros foram detidos na região grega de Xanthi também por alegado tráfico de migrantes. Conduziam três carros e, no total, transportavam 16 migrantes ilegais. Os três búlgaros foram detidos depois de terem tentado fugir a um contrlo policial na estrada entre Komotini e Xanthi.

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