Petróleo: desvalorização arrasta desemprego no sector e trava investimento

Petróleo: desvalorização arrasta desemprego no sector e trava investimento
De  Nelson Pereira
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O petróleo caíu a mais de 1%, esta segunda-feira, com o Brent a quebrar a barreira dos 50 dólares por barril. Uma desvalorização que reflete os

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O petróleo caíu a mais de 1%, esta segunda-feira, com o Brent a quebrar a barreira dos 50 dólares por barril.

Uma desvalorização que reflete os receios de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não consiga estabilizar os preços, no contexto de um mercado excedentário, e face ao abrandamento da procura, especialmente por parte da China, um dos maiores consumidores mundiais desta matéria-prima.

O presidente venezuelano Nicolas Maduro alertou já que cotações abaixo de 50 dólares por barril não sustentam o investimento, e propôs uma reunião da OPEP para debater a queda dos preços.

A situação inquieta os analistas, que apontam para o recuo do investimento. Para Pierre Terzian, diretor geral do semanário Petrostratégies, com a travagem do investimento, será impossível responder a um aumento futuro da procura.

“Temos situações extremas, como a da Venezuela, e do Equador, que se encontram em grande dificuldade, e ao mesmo tempo as companhias petrolíferas que não podem investir, é simples. Vemos os investimentos cair no mundo inteiro. Dentro de poucos anos, vamos encontrar-nos face à incapacidade de satisfazer a procura e então os preços vão disparar”, avderte Terzian.

Em consequência da política saudita de aumento da produção e dos recordes de produção do Iraque, o mercado está sobre-abastecido. Isto, enquanto no horizonte espreita já o petróleo iraniano.

Tudo indica que excedente de petróleo bruto no mercado não vai desaparecer rapidamente. É de esperar até uma tendência contrária, pois é natural que o Irão, desembaraçado das sanções, aumente as exportações. Ao mesmo tempo, é de prever também que, assim que os líbios ultrapassem o caos político e o conflito armado, venham a desenvolver o volume de exportações.

Mar do Norte perde 5,5 mil empregosO setor britânico do petróleo e do gás do Mar do Norte já perdeu mais de cinco mil postos de trabalho desde o ano passado, em consequência do declínio dos preços do petróleo, informou na segunda-feira a nova Autoridade britânica do Petróleo e do Gás.

As petrolíferas do Mar do Norte têm sido particularmente atingidas por um declínio de quase 55% no preço do petróleo Brent, desde junho de 2014, quando enfrentavam já custos operacionais que figuram entre os mais altos da indústria.

As companhias que operam no Mar do Norte, entre elas a Shell, BP, Chevron e ConocoPhillips, anunciaram todas cortes de pessoal.

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