Michael Shannon na pele do "diabo" à caça de casas para os bancos

Michael Shannon na pele do "diabo" à caça de casas para os bancos
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O ator norte-americano Michael Shannon, de 41 anos, passou pelo Festival de Cinema Americano de Deauville, em França, para apresentar “99 Homes” ao

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O ator norte-americano Michael Shannon, de 41 anos, passou pelo Festival de Cinema Americano de Deauville, em França, para apresentar “99 Homes” ao lado do respetivo realizador, Ramin Bahrani, de 40 anos e ascendência iraniana.

O enredo desenrola-se na Florida após a crise do chamado “subprime” ou créditos de risco, que começou exatamente nos Estados Unidos, em 2008. Famoso pelo papel de “homem-aranha”, Andrew Garfield interpreta “Denis Nash”, um jovem pai de família com dificuldade para pagar um empréstimo e que é despejado de casa por “Rick Carver” (Michael Shannon), um agente imobiliário que faz fortuna a desalojar pessoas a favor dos bancos.

Este podia ser o retrato de um de tantos dramas sociais vividos um pouco por todo o Mundo, mas acaba por ser uma história intensa. “Quando me predispus a fazer o filme, pensei que iria ser um drama social. Quando se ouve falar em ‘penhora’, pensa-se em algo triste e depressivo. Mas assim que cheguei à Florida, percebi que toda a gente tem uma arma, inúmeros esquemas e há corrupção. Acabou por tornar-se um filme de suspense. Uma história clássica de ‘gangsters’. Um conto ‘faustiano’, onde o personagem do Michael surge como um género de mentor e o do Andrew como o aprendiz”, explicou à euronews o realizador.

O enredo sofre um volta-face quando “Dennis”, expulso de casa, se instala num motel e anda à procura de trabalho. “Rick Carver” vai procura-lo e propõe-lhe “vender a alma ao diabo”, trabalhando para ele. “Existem muitas pessoas naquela região a batalhar neste momento. Algumas já há anos. Fico feliz por o Ramin ter feito este filme porque parece-me que este tipo de histórias não estava, de verdade, a ser contado. Pelo menos, não de uma forma dramática com que as pessoas se pudessem identificar. É esse o poder deste filme, para mim: mostrar o que realmente se passa”, destacou Michael Shannon.

Este assume-se como um dos primeiros filmes americanos que promete transportar-nos para os dramas da crise do chamado “subprime”, para o lado de quem tudo perdeu. Mas sem perder de vista quem muito ganhou. Ao lado de Garfield e Shannon, surge também Laura Dern. Mas é o diabólico agente imobiliário quem mais sobressai.

“Adoro o Michael. Para mim, ele está neste momento no ‘top-5’ dos melhores atores do mundo. Sempre quis trabalhar com ele. Nunca o tinha visto num papel destes, em que é o espertalhaço, o bonitão e tem todos aqueles diálogos. Queria-o num fato aprumado, bronzeado e encantador como o ‘Deus do Sol’ a descer sobre a Florida, isto é, ele é o diabo que nós amamos. Odiamo-lo, mas temos de o amar. Ele é corrupto, mas conseguimos entende-lo”, defendeu Ramin Bahrani.

“99 Homes” ou “99 casas”, numa tradução livre para português, chegou a ter estreia nas salas portuguesas marcada para abril, mas foi adiada. Depois de andar a passar há cerca de um ano por vários festivais por todo o mundo, a estreia mundial deste novo filme de Ramin Bahrani no circuito comercial está agora prevista para 25 de setembro.

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