As contradições da vida moderna vistas pelos artistas da Bienal de Arte Contemporânea de Lyon

As contradições da vida moderna vistas pelos artistas da Bienal de Arte Contemporânea de Lyon
De  Euronews
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Até 30 de janeiro de 2016, artistas de 30 países apresentam dezenas de obras em Lyon.

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Este ano, a Bienal de Arte Contemporânea de Lyon escolheu como tema a vida moderna. Os organizadores convidaram artistas de vários países a refletirem sobre as contradições do mundo de hoje.

O comissário da exposição, o nova-iorquino Ralph Rugoff fez questão de sublinhar a diferença entre a abordagem jornalística e a visão do artista.

“Há uma grande diferença entre a informação com que somos bombardeados regularmente e o sentido das coisas. Há muita informação que não tem sentido. A arte tenta criar possibilidades de novos sentidos. Isso acontece com o público, pode ser uma dança, uma conversa. Uma das forças da arte na nossa cultura é o facto de ser um lugar onde se podem gerar sentidos”, sublinhou Ralph Rugoff.

O diretor artístico da bienal de arte contemporânea de Lyon, Thierry Raspail, sublinha que os artistas são cada vez mais influenciadas pela imagem e pelas redes sociais.

“Há trinta ou quarenta anos, o principal rival do artista era outro artista, hoje são as redes sociais. As imagens, as coisas que se publicam no Instagram e no Facebook são extremamente eficazes. Essa reatividade obrigou o artista a uma mudança profunda, a situar-se no imediato, com uma imagem compreensível”, afirmou o responsável.

O artista francês Michel Blazy trabalha em torno da noção de decomposição e do lado efémero da natureza.

“O gesto da jardinagem é muito interessante e transfiro esse gesto para a arte. Não podemos controlar a 100% a matéria e as situações. É um momento em que ficamos absorvidos e esquecemos tudo” disse o artista francês.

O artista grego Andreas Lolis
propõe uma instalação chamada “Residência permanente”.

“Usei dois tipos de mármore, um vem de Marrocos, o branco vem de uma Ilha grega. É tudo feito à mão. Levei um ano e meio para terminar este projeto”, sublinhou Lolis.

Para o artista grego, o uso de um material nobre como o mármore para construir casas precárias é uma forma de refletir sobre o valor que a sociedade dá a cada coisa.

O alemão Klaus Weber expõe um corpo sem vida, numa encenação que evoca o drama dos refugiados que atravessam o mediterrâneo.

“O meu trabalho reflete sobre a noção de fim, de limite, de resiliência, de energia e de recursos”, explicou o artista alemão.

O artista turco Ahmet Öğüt explora temas sociais como o impacto da crise económica na vida das pessoas e os problemas do mundo do trabalho.

A exposição de Ögüt faz também referência à história de Lyon, nomeadamente a invenção do cinema pelos irmãos Lumière e a indústria têxtil.

“Quero combinar temas importantes como o cinema, o papel social do cinema e do trabalho artesanal. Ao longo da evolução industrial, Nós rejeitámos certas coisas porque são ultrapassadas já não são novas. Quando criamos coisas é muito importante rever o papel das tradições antigas e renová-las através da arte e do cinema”, considerou o artista turco.

Até 30 de janeiro, artistas de 30 países apresentam dezenas de obras em Lyon.

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