A crise dos refugiados está a exacerbar as tensões diplomáticas entre a Croácia e os países vizinhos. Zagreb admitiu estar a enviar comboios e
A crise dos refugiados está a exacerbar as tensões diplomáticas entre a Croácia e os países vizinhos.
Zagreb admitiu estar a enviar comboios e autocarros carregados de migrantes para a fronteira húngara, para “forçar a mão” de Budapeste. O primeiro-ministro croata afirmou que o seu país “não se tornará no centro de refugiados da Europa”.
A Hungria acusou Zagreb de “violar a [sua] soberania” e ameaçou bloquear a entrada da Croácia no espaço Schengen.
O chefe da diplomacia húngara afirmou que “nos últimos dias, o governo croata tem mentido continuamente ao povo húngaro, ao povo croata e a todos os cidadãos da União Europeia”.
A Eslovénia também criticou o envio de refugiados do território croata para a sua fronteira. O primeiro-ministro esloveno admitiu que as suas forças de segurança são incapazes de impedir a passagem a todos os migrantes e afirmou que, se a pressão continuar, poderá abrir “corredores de trânsito” para a Áustria.
Miro Cerar disse que “a Eslovénia foi confrontada com uma enorme vaga de refugiados vindos da Croácia, que não cumpriu as suas responsabilidades, e perdeu-se o controlo da situação. Tem havido uma canalização indevida de refugiados para a Eslovénia, que é a guardiã da fronteira [do espaço] Schengen. É essa a sua responsabilidade europeia”.
Os que conseguem entrar em território esloveno ou húngaro dirigem-se, na quase totalidade dos casos, pelos seus próprios meios ou reencaminhados pelas autoridades, para a Áustria.
Viena foi confrontada, desde a madrugada de sábado, com a chegada de mais de 10.000 refugiados, vindos sobretudo da Hungria mas também, pela primeira vez, da Eslovénia.