Os argumentos de Passos Coelho convenceram os portugueses?

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É a vez de Portugal se expressar nas urnas sobre a política de austeridade. Será que os eleitores vão depositar um voto de revolta ou os argumentos do atual governo convenceram os portugueses?

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Duas semanas após as eleições na Grécia, é a vez de Portugal se expressar nas urnas sobre a política de austeridade. Os indicadores económicos dão sinais positivos, mas a oposição contrapõe com a derrapagem do défice, por exemplo.

Na reta final do escrutínio de 4 de outubro, as sondagens começaram a inclinar-se para a coligação Portugal à Frente, depois de os Socialistas terem liderado as estimativas. O resultado do Partido Comunista pode ser decisivo. O número de indecisos ascende a mais de um quinto do eleitorado.

Será que os eleitores vão depositar um voto de revolta nas urnas ou os argumentos do atual governo convenceram os portugueses?

No debate que organizámos no Parlamento Europeu, em Bruxelas, estiveram presentes Paulo Rangel, vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu, membro do PSD; Marisa Matias, que integra o Grupo da Esquerda Unitária Europeia, representando o Bloco de Esquerda; e Pascale Joannin, responsável da Fundação Robert Schuman, um think tank sedeado em Bruxelas e Paris.

De acordo com Paulo Rangel, o atual governo “vai sobreviver porque antes o país enfrentava uma situação de bancarrota e deu-se a volta a isso. A taxa de desemprego era de quase 18%. Hoje em dia, anda à volta dos 12%, um número idêntico ao registado antes da intervenção da troika. (…) Nós queremos melhorar as coisas de forma sustentada e consistente. É essa a nossa diferença em relação aos Socialistas. Eles podem colocar em risco todos os esforços e sacrifícios feitos, que deram a Portugal uma realidade muito melhor do que a que existia há quatro anos.”

Já Marisa Matias salienta que os custos para o país “foram gigantescos. O resgate foi definido para reduzir a dívida pública e o défice. Mas a dívida aumentou nos últimos anos. Estávamos nos 90%, agora estamos à volta dos 130%.” Quanto às comparações com os parceiros helénicos, a eurodeputada sublinha que “aquilo que aconteceu na Grécia foi uma enorme chantagem. Agora todos os cidadãos passaram a saber que, se quiserem democracia, se quiserem uma União Europeia democrática, têm de obedecer a um determinado tipo de medidas. Portugal não deveria ter de escolher entre a coligação no poder e o Partido Socialista, porque foram todos eles os responsáveis pela situação em que o país se encontra.”

Para Pascale Joannin, “este governo tem possibilidades de sobreviver. Há quatro meses, o executivo britânico foi reeleito e acabámos de ver Tsipras a manter-se no poder. É um facto que este governo fez reformas. Portugal saiu do programa internacional de resgate, a tendência é para a recuperação. Recentemente, a Standard and Poor’s subiu a notação do país para BB+. Por isso, talvez os eleitores decidam dizer: ‘Muito bem, continuem o que estão a fazer…’”

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