Hasni Abidi: "Os próximos dias serão sombrios para Israel e Mahmoud Abbas"

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Para falar da tensão que reina em Jerusalém e na Cisjordânia, a euronews falou com o analista político Hasni Abidi, em Washington. Euronews: Podemos

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Para falar da tensão que reina em Jerusalém e na Cisjordânia, a euronews falou com o analista político Hasni Abidi, em Washington.

Euronews:
Podemos considerar que o que se está a passar em Jerusalém e na Cisjordânia como o começo de uma terceira intifada?

Hasni Abidi:
Podemos falar de uma atmosfera parecida com a que antecedeu a segunda intifada palestiniana, considerando a tensão atual na região. Antes de mais, assistimos à incapacidade da Autoridade Palestiniana em resolver os problemas dos cidadãos, para lá das medidas restritivas do governo israelita face aos palestinianaos da Cisjordânia e também o bloqueio de Gaza, sem esquecer a proibição, desde há vários meses, de que os palestinianos acedam à mesquita de Al-Aqsa e também a proibição de que acedam à cidade velha de Jerusalém. Tudo isto poderá ter contribuído para a tensão e violência entre palestinianos e israelitas.

Euronews:
A Autoridade Palestiana acusa Israel de contribuir para a escalada da tensão, por outro lado, Benjamin Nethanyahu confirma que o seu país combate o terrorismo palestiniano. Estas declarações podem conduzir a uma escalada entre os dois campos ao nível político?

Hasni Abidi:
Assistimos a uma comunidade internacional ausente, e face a este vazio e a esta falta de iniciativas e os diferentes obstáculos ao processo de paz, penso que os próximos dias serão sombrios e muito difíceis quer para os israelitas quer para Mahmoud Abbas, que já ameaçou demitir-se e pôr fim aos acordos de Oslo, considerando que não modificaram a situação do povo palestiniano.

Euronews:
No contexto atual em que a comunidade internacional lida com diferentes dossiês, a começar pela crise síria, é ainda possível que os apelos da Autoridade Palestiniana a proteger o seu povo possam ser ouvidos pela comunidade internacional?

Hasni Abidi:
Quando o presidente Mahmoud Abbas pede a Ban Ki Moon que proteja a socidade civil, trata-se de uma forma de mostrar que a Autoridade Palestiniana pode demitir-se a qualquer momento, e se tal acontece, isto significaria que Israel teria que assumir todas as responsabilidades como está estipulado nos acordos de Genebra e respetivos anexos. A ONU não vai intervir mas ao fim e ao cabo a intenção de Abbas é de dizer que os palestinianos deixaram de acreditar em todas as propostas que foram feitas, e isto conduzirá a um impasse e a uma crise para as Nações Unidas.

Euronews:
Com o inflamar da tensão entre palestinianos e israelitas, existe uma possibilidade de um regresso à mesa das negociações?

Hasni Abidi:
Mahmoud Abbas é alvo de uma grande pressão, ao nível interno por parte dos palestinianos, e ao nível externo, por parte da comunidade internacional, nomeadamente da parte dos Estados Unidos e da França, que exigem um regresso às negociações e se opõem à dissolução da Autoridade Palestiniana. É possível um regresso às discussões, mas, desta vez, sem um calendário preciso e sem qualquer garantia , o que significaria um regresso ao ponto de partida, sem qualquer solução política no horizonte.

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