O controverso Ibrahim Jadhran, que controla grande parte do petróleo líbio, já expressou apoio à iniciativa de formar um governo de unidade.
A proposta do enviado especial das Nações Unidas para a Líbia, o espanhol Bernardino Leon, para a formação de um governo de unidade nacional não tem sido bem acolhida por todas as partes. O Parlamento de Tripoli, que não é reconhecido pela comunidade internacional, decidiu não apresentar candidatos. O executivo de transição terá de ser aprovado por Tripoli e também pelo Parlamento de Tobruk, reconhecido e apoiado pela comunidade internacional.
O controverso Ibrahim Jadhran, que controla grande parte do petróleo líbio, já expressou apoio à iniciativa de formar um governo de unidade, desde que o executivo “combata o terrorismo e restaure a justiça social”, e “assegure o regresso dos refugiados do estrangeiro e do interior da Líbia”.
Jadhran foi o homem que, em 2014, tentou vender petróleo à revelia do governo central, quando tinha oficialmente a missão de zelar pelas instalações petrolíferas do país. O caso terminou com a demissão e o exílio do primeiro-ministro Ali Zeidan. A diplomacia norte-americana classificou na altura as ações de Jadhran como um “roubo ao povo líbio”.
Homem forte da região de Ajdabiya, no leste da Líbia, Jadhran defende a federalização do país e que cada região controle os seus próprios recursos.
A instabilidade crónica da Líbia, agravada pelo vazio político e pelo caos do último ano e meio, tem sido explorada, nomeadamente pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico, que entretanto ameaçam as instalações petrolíferas que estão sob controlo de Ibrahim Jadhran.