Voo MH17: Investigação criminal já tem suspeitos, empresa russa acusa Kiev

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De  Francisco Marques
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O primeiro-ministro da Holanda apelou à Rússia para “respeitar” o relatório divulgado esta terça-feira pelo Conselho de Segurança holandês (OVV, na

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O primeiro-ministro da Holanda apelou à Rússia para “respeitar” o relatório divulgado esta terça-feira pelo Conselho de Segurança holandês (OVV, na sigla original), que confirmou ter sido um sistema de defesa antiaérea a derrubar no ano passado o avião da “Malaysia Airlines” no leste da Ucrânia, com 298 pessoas a bordo. Mark Rutte pediu ainda a Moscovo para “cooperar totalmente” com a investigação criminal em curso para encontrar os responsáveis pelo disparo do fatídico míssil.

Na véspera da revelação das conclusões do relatório holandês, mas já antevendo as conclusões que se confirmariam, o Ministérios dos Negócios Estrangeiros russo havia desvalorizado a investigação do OVV. Após a divulgação dos resultados, o Ministério liderado por Serguei Lavrov assumiu, em comunicado, que “sérias dúvidas permanecem sobre se o verdadeiro objetivo da investigação conduzida pela Holanda é estabelecer as verdadeiras razões da catástrofe e não justificar as acusações que tinham sido avançadas” em Haia.

#Lavrov: We have repeatedly expressed our opinion on the strangeness of the investigation of the #MH17 crash organised by the five states

— MFA Russia (@mfa_russia) 12 outubro 2015

#Lavrov:Russia is the only country to provide satellite data.Ukraine hasn't provided data on the dialogue between military controllers #MH17

— MFA Russia (@mfa_russia) 12 outubro 2015

Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, citada pela agência noticiosa RIA Novosti, acrescentou: “Francamente, estamos um pouco surpresos ao ver que vários países tenham já comentado de forma oficial e oficiosa o documento que foi publicado, como já conhecessem o conteúdo.”

O MNE russo manifestou-se ainda surpreso pelo facto dos peritos envolvidos na investigação internacional não terem “desejado” deslocar-se “à Rússia e examinar as provas da Almaz-Antei”, o construtor russo dos sistemas de defesa antiaérea BUK, incluindo o míssil 9M38 terra-ar, que está na origem da queda do aparelho Boeing 777 da Malaysia Airlines.

As 298 vítimas do voo MH17:

- 193 holandeses;
- 43 malaios (incluindo os 15 tripulantes);
- 27 australianos;
- 12 indonésios;
- 10 britânicos;
- 4 alemães;
- 4 belgas;
- 3 filipinos;
- 1 neozelandês;
- 1 1 canadiano;

Fonte: Lista de passageiros da Malaysia Airlines

Horas antes da apresentação do relatório da OVV, a empresa russa divulgou a conclusão da própria investigação efetuada ao caso, na qual garntiu não ter dúvidas de que o míssil terá sido disparado de uma zona controlada pelo exército ucraniano no leste do país e não de uma controlada pelos rebeldes separatistas. Após a revelação do relatório da OVV, a Procuradoria Pública holandesa também revelou os primeiros passos da investigação criminal em curso, na qual colaboram ainda autoridades australianas, belgas, malaias e ucranianas. O objetivo é apurar os responsáveis pela queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia e o procurador holandês Fred Westerbek garantiu já terem sido encontradas pistas.

“Já identificámos alguns alvos sobre os quais estamos a recolher informações e provas. Temos, porém, muitos tijolos e ainda precisamos de muito cimento entre estes tijolos. Temos, por isso, algum trabalho por fazer. Não estamos já numa fase em que dentro de uma ou duas semanas possamos prender alguém. Ainda não chegámos aí”, lamentou.

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