Martin Scorsese homenageado no Festival Lumière

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De  Luis Guita
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Foi a lendário cineasta Martin Scorsese que o Festival Lumière homenageou, este ano, na cidade francesa de Lyon – um evento de uma semana dedicada ao

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Foi a lendário cineasta Martin Scorsese que o Festival Lumière homenageou, este ano, na cidade francesa de Lyon – um evento de uma semana dedicada ao cinema clássico.

Com uma ovação de pé, a atriz mexicana Salma Hayek apresentou Scorsese e entregou o prémio Lumière, que o realizador aceitou com um discurso comovente.

“Eu agradeço a todos esta honra extraordinária, convidando-me para vir a Lyon, que é uma verdadeira celebração do cinema, e uma homenagem aos homens que deram vida ao cinema, aqui em Lyon,” afirmou Martin Scorsese:

Durante a sua estadia, o realizador vencedor de um Oscar, ele próprio um amante de filmes, partilhou algum do seu tempo com o público de Lyon numa masterclass onde falou de tudo, desde a sua paixão pelo cinema até aos seus projetos futuros.

Na masterclass, Scorsese falou com abertura sobre a sua infância em Nova Iorque, do tempo de criança doente e asmática cujos pais a levaram ao cinema porque “já não sabiam o que fazer com ele”. O lendário diretor também falou sobre o seu primeiro programa de televisão, “Vinyl”, coproduzido com o vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, e do seu próximo projeto, “The Irishman”, onde o seu velho amigo, Robert De Niro, é protagonista.

Enquanto De Niro e Scorsese são verdadeiros ícones do mundo do cinema (‘Taxi Driver’ recebeu a Palma de Ouro em 1976), a expressão “filme clássico” continua a ser difícil de definir.

Pedimos a Thierry Frémaux, que é, ao mesmo tempo, diretor do Institut Lumière, em Lyon, que organiza o festival, e diretor do Festival de Cinema de Cannes, que nos diga o que torna um filme “clássico”:

“Em alguns casos, é necessário um período de purgatório. Por exemplo, ainda não começámos a refletir sobre filmes realizados na primeira década de 2000, mas, pela primeira vez, estamos a refletir sobre a década de 80. A década de 1980, que foi há 30 anos atrás. A história do cinema não é apenas filmes mudos ou filmes que remontam aos anos trinta ou cinquenta, também inclui filmes que estão muito mais perto de nós no tempo,” esclareceu Thierry Fremaux

Entre os convidados do festival esteve a lenda de Hollywood dos filmes animados, John Lasseter, responsável por dar aos estúdios Disney uma nova vida à frente da Pixar. Para comemorar os 20 anos de lançamento do seu filme ‘Toy Story’, um clássico da animação, uma exibição especial foi realizada em Lyon. O que fez a alegria dos fãs, jovens e menos jovens.

Um dos objetivos do Festival Lumiere é oferecer uma oportunidade para o público apreciar grandes clássicos do cinema (150.000 visitantes este ano), mas também proporcionar um lugar onde os profissionais da área de conservação de filmes se podem encontrar.

Paralelamente ao festival, o Mercado de Filmes clássicos é o primeiro fórum mundial de negócios de filmes património, uma oportunidade de trabalho única para os detentores de direitos de filmes, laboratórios de restauro e distribuidores.

O responsável pelo Mercado de Filmes, Gérald Duchaussoyo, explica os principais desafios que enfrentam: “É essencial descobrir quem detém os direitos, quem tem o direito de explorar esses filmes, dependendo do país, em função dos contratos, essa é a parte realmente complicada. Depois, é preciso pesquisar os outros elementos: encontrar as bobines, os negativos, tudo sobre o qual vamos trabalhar e está faltando.”

Uma questão que toca de perto Martin Scorsese, cuja Film Foundation restaurou centenas de filmes desde que foi criada em 1990. Com um discurso focado no trabalho de preservação, o lendário realizador avisou que “ainda há muito a fazer”, e pediu, a quem “ possui os filmes, para não complicar a missão dos cineastas “.

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