A força aérea russa está disposta a dar cobertura ao Exército Sírio Livre (ESL), oposição síria apoiada pelo Ocidente, na luta contra o grupo radical
A força aérea russa está disposta a dar cobertura ao Exército Sírio Livre (ESL), oposição síria apoiada pelo Ocidente, na luta contra o grupo radical Estado Islâmico (EI ou, na sigla inglesa, ISIL), anunciou o chefe da diplomacia da Rússia, Serguei Lavrov. A disponibilidade não encontra, no entanto, recetividade..
“Estamos dispostos a apoiar também a oposição patriótica, incluindo o designado Exército Sírio Livre, a partir do ar”, declarou o respinsável pela diplomacia do Kremlin, numa entrevista à cadeia televisiva Rossiia 1.
“O principal para nós é aproximar as pessoas que podem, com autoridade plena, representá-los (os sírios) e representar os grupos armados que combatem o terrorismo”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, segundo o texto transcrito pela televisão.
A declaração surge um dia depois do anúncio de um acordo entre a Rússia e a Jordânia, que pertence à coligação anti-EI conduzida pelos Estados Unidos, para coordenação das “suas ações, incluindo as das respetivas forças aéreas, na Síria”.
Lavrov e o homólogo americano John Kerry também chegaram a acordo na sexta-feira para explorar as novas possibilidades de se alcançar um acordo político no conflito na Síria, que já matou mais de 250.000 pessoas desde 2011.
Oposição síria recusa ajuuda russa
A oposição síria apoiada pelo Ocidente rejeitou a proposta russa de apoio aéreo contra o grupo radical Estado Islâmico. “A Rússia está a bombardear o Exército Sírio Livre (ESL) e agora quer cooperar connosco, enquanto continua comprometida com (o presidente sírio Bashar al) Assad? Não entendemos a Rússia”, disse o tenente-coronel Ahmad Saoud, porta-voz da Divisão 13 do grupo rebelde.
Moscovo iniciou uma campanha aérea na Síria a 30 de setembro, indicando que visava o ‘jihadista’ Estado Islâmico e outros “terroristas”, mas rebeldes islâmicos e moderados dizem ter sido alvo dos ataques aéreos russo e que as operações militares pretendem apoiar Assad, mais do que erradicar o EI.
Samir Nashar, membro da Coligação Nacional Síria, principal órgão político da oposição, rejeitou igualmente uma aliança entre os rebeldes moderados e a Rússia.
“Em vez de falarem da sua vontade de apoiar o ESL, deviam deixar de o bombardear”, declarou à agência France Presse, adiantando: “Oito por cento dos ataques aéreos da Rússia têm como alvo o ESL”.
O conflito na Síria já matou mais de 250.000 pessoas desde 2011.