Polónia: vitória dos conservadores desperta receios da banca

Polónia: vitória dos conservadores desperta receios da banca
De  Nelson Pereira
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A vitória dos conservadores nas legislativas polacas não foi bem acolhida pelos investidores, com a bolsa de Varsóvia a reagir com uma quebra

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A vitória dos conservadores nas legislativas polacas não foi bem acolhida pelos investidores, com a bolsa de Varsóvia a reagir com uma quebra ligeira.
O Lei e Justiça fez campanha com promessas de intervenção no mercado, aumentar os gastos públicos e aumentar a taxa sobre os bancos e foi o que bastou para na semana passada fazer cair a moeda nacional, o zloty, a mínimos de nove meses face ao euro.

Para Andrzej Bobinski, do Think Tank Polityka Insight, a banca receia o impacto das novas políticas:

“ O setor bancário diz que isto vai reduzir os seus lucros em pelo menos metade, olhando as previsões para este ano, se for imposta aos bancos a nova taxa de 0,39%. Isto atingirá o crédito hipotecário e abrandará a concessão de créditos no país.”

O partido conservador prometeu durante a campanha uma taxa de 0,39% sobre os activos da banca e uma taxa sobre os grandes retalhistas alimentares, a partir de 2016.

Esta medida penalizaria a Jerónimo Martins e o BCP, presentes na Polónia com a rede Biedronka e o Bank Millennium.

A Polónia é o país da Europa em que o comércio independente é mais forte. Uma taxa de 2% sobre as receitas da Biedronka, pode levar a Jerónimo Martins a aumentar os preços, para transferir para os clientes finais os custos do imposto.

O imposto procura proteger o pequeno retalho, e Luís Amaral, do Eurocash já disse que a medida não afetaria o grupo grossista, pois viria benificia os clientes da operadora de capital português.

O novo imposto sobre a banca pode afetar até 35% dos lucros do Millennium, mais
um encargo para o BCP, a somar à factura da conversão dos créditos à habitação denominados em francos suíços para zloty.

O partido Lei e Justiça anunciou a intenção de responsabilizar o setor bancário pela maior parte dos encargos que implicará a conversão de empréstimos bancários denominados em francos suíços para zlotys.

A legislação em causa teria como objetivo aliviar a situação difícil em que se encontra mais de meio milhão de devedores de crédito à habitação, desde que, em janeiro, o Banco Nacional Suíço deixou de indexar o franco ao euro. A medida fez disparar o valor do franco suíço, o que deixou em apuros quem, atraído pelos juros baixos, contratou, antes da crise financeira, créditos à habitação em francos suíços.

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