O diretor artístico adjunto da Ópera de Wexford é uma italiana, chama-se Rosetta Cucchi e é também pianista e diretora de palco. Neste extra à
O diretor artístico adjunto da Ópera de Wexford é uma italiana, chama-se Rosetta Cucchi e é também pianista e diretora de palco. Neste extra à reportagem efetuada na 64.a edição do Festival de Ópera de Wexford, Rosetta Cucchi, explica-nos o conceito e conta-nos a história do arranque deste conceituado evento de música e canto clássicos.
“Este é um festival de óperas raras. Por isso, ao contrário de outros teatros no Mundo, por onde passam os grandes repertórios, nós procuramos as óperas de ‘nichos’. É um percurso repleto de obstáculos. Temos de descobrir óperas que já não estejam em cena ou que sejam apresentadas muito raramente.
“Em 1951, o doutor Tom Walsh decidiu fazer este festival — como eles dizem — ‘no meio de parte nenhuma’, porque esta cidade do sudeste da Irlanda é, de facto, uma vila, uma aldeia.
“Estes senhores tinham um clube para ouvir discos e decidiram avançar para uma ópera porque um outro senhor, Compton Mackenzie, os desafiou: ‘Porque não fazem uma ópera? Já que gostam tanto e amam tanto a ópera, porque não o fazem?’ E assim começou o festival.
“A seleção dos cantores e da equipa criativa é um pouco mais complicada do que a seleção, digamos, para encenar ‘La Bohéme’. Temos de procurar vozes versáteis. Este é um festival de jovens, mas de jovens na carreira. Wexford foi o berço de grandes cantores.
“Se recuarmos no tempo, Mirella Freni estreou aqui ‘I Puritani’, uma ópera pouco conhecida nos anos 60. Mais recentemente, (o peruano) Diego Florez, (a italiana) Daniela Barcellona e tantos outros. O nosso objetivo é identificar jovens cantores com grande potencial.
“A parte incrível deste festival é estar rodeado de voluntários. A cidade de Wexford ganha vida e dedica-se a 100 por cento a este festival. 40 por cento das pessoas que trabalham connosco são voluntários.
“Foi muito divertido nos primeiros anos quando… naturalmente, Dublin e Wexford são muito distantes … e os motoristas iam buscar as pessoas ao aeroporto, mas depois percebia-se: eles não eram, de facto, motoristas, mas professores universitários, docentes, farmacêuticos… todos voluntários que faziam este trabalho pelo festival.”