Israel e UE: Uma questão de etiqueta?

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A Autoridade Palestiniana felicitou-se com a decisão da UE de identificar os produtos provenientes das colónias situadas nos territórios ocupados por

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A Autoridade Palestiniana felicitou-se com a decisão da UE de identificar os produtos provenientes das colónias situadas nos territórios ocupados por Israel.

O ministro da Economia palestiniano, Abeer Oudeh, considerou o gesto de Bruxelas como, “uma decisão acertada para deslegitimar os produtos originários dos territórios ocupados desde 1967”. O Secretário-Geral da OLP, Saeb Erekat, foi mais longe ao considerar a decisão da UE como, “um passo importante rumo a um boicote total dos colonatos israelitas, que foram edificados de forma ilegal nos territórios palestinianos ocupados”.

A medida, discutida nas últimas três semanas e anunciada na terça-feira prevê que os produtos originários dos colonatos, e até agora etiquetados como “Produzido em Israel”, passem a ser devidamente identificados.

Cerca de 146 tipos de bens, entre fruta, vegetais, mel, azeite, vinho e cosméticos, proveninentes de colónias judaicas na Cisjordânia, Jerusalém-leste e Montes Golã, terão agora que ser identificados com precisão.

(Colónia Israelita)
Segundo a nota publicada pela UE, relativa à indicação da origem de bens provenientes dos territórios ocupados por Israel desde Junho de 1967 , este tipo de produtos terá que indicar obrigatoriamente a menção “colónia israelita”, tendo que ser etiquetado como “produto da Cisjordânia (colónia israelita)”, ou “produto dos Montes Golã (colónia israelita).
Em contrapartida, os produtos palestinianos passarão a ser identificados como “produto da Cisjordânia (produto palestiniano)” para lá das designações já existentes de “produto de Gaza” ou “produto da Palestina”.

A importação de produtos originários das colónias israelitas representa apenas 1% das trocas comerciais entre a UE e Israel que totalizaram cerca de 28 mil milhões de euros no ano passado. Vários estados-membros da UE como a Bélgica, Reino Unido e Dinamarca especificam há vários anos a origem dos bens produzidos em colónias israelitas.

“A UE devia ter vergonha”
A União Europeia garante que a medida não representa uma nova legislação, mas apenas uma indicação técnica para clarificar uma decisão de há três anos. A proposta tinha sido formulada pela primeira vez em 2012, antes de França e outros 15 países terem feito pressão sobre Bruxelas, em Abril, para que aplique a decisão.

Mas os argumentos de Bruxelas não parecem ter acalmado a ira de Israel.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que, “a UE deveria ter vergonha”, acusando os 28 de “castigar o lado que está a ser atacado pelo terrorismo”. Num comunicado , o ministério dos Negócios Estrangeiros israelita fulminava, “uma medida excecional e um gesto discriminatório”. Yuval Steinitz, um ministro sem pasta do governo israelita, não hesitava mesmo em falar de “anti-semitismo disfarçado”. Um crescendo de tensão que levou mesmo Netanyahu a anunciar a suspensão de todas as reuniões regulares com a UE, antes do seu porta-voz esclarecer que a decisão seria temporária.

Segundo a ONU, que considera as colónias israelitas como ilegais à luz da legislação internacional, existiriam atualmente cerca de 150 colonatos na Cisjordânia e Jerusalém-leste e cerca de 100 outras instalações construídas sem autorização oficial.

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