Luto no Líbano depois de um dos ataques mais sangrentos dos últimos 25 anos. Estado Islâmico reivindicou duplo atentado suicida contra feudo do Hezbollah em Beirute.
O Líbano está de luto no dia a seguir a um duplo atentado suicida, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, que fez 44 mortos e quase 240 feridos num feudo do movimento xiita Hezbollah, no sul de Beirute.
A imprensa e a classe política são unânimes na condenação do ataque, o primeiro em quase um ano nas áreas controladas pelo Hezbollah na capital libanesa e um dos mais mortíferos desde o fim da guerra civil, em 1990.
A população clama por vingança. Para a tia de uma das vítimas, os que perpetraram os ataques são “pessoas sem consciência. Que lhes aconteça pior. Que chegue a sua vez”, deseja antes de pedir que “Deus os atinja com um terramoto”.
O duplo atentado ocorreu numa altura em que o Hezbollah está a intensificar o seu envolvimento na guerra na Síria, onde apoia as forças fieis ao regime de Bashar al-Assad.
Para um responsável do movimento xiita, o ataque “confirma” que o Hezbollah está “no bom caminho, que esta batalha contra o terrorismo vai continuar”. Hussein Al-Khalil alerta que “a batalha não é pequena”, é “uma longa guerra (…) entre o povo libanês no seu todo e esta força terrorista”, o grupo Estado Islâmico.
Apesar da crise política, que paralisa o governo e deixou o Líbano sem presidente há quase um ano e meio, o executivo de união reuniu de emergência esta sexta-feira e, no final, expressou “total confiança” nas forças de segurança para manterem uma calma relativa no país dos Cedros.