A polícia francesa realizou 128 rusgas na madrugada desta terça-feira, no âmbito do estado de emergência decretado após os atentados do dia 13.
A polícia francesa realizou 128 rusgas na madrugada desta terça-feira, no âmbito do estado de emergência decretado após os atentados do dia 13.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou o reforço da segurança e do controlo nas fronteiras. Segundo Cazeneuve, “durante o verão foram evitados seis atentados”, mas nunca será possível assegurar o “risco zero”.
“Estes ataques foram preparados e organizados por células fora das nossas fronteiras, por indivíduos desconhecidos pelos nossos serviços de segurança. Os cúmplices franceses eram conhecidos pela nossa polícia, mas porque frequentavam centros religiosos radicalizados e não por envolvimento em atividades terroristas.”
Segundo fontes policiais, foi encontrado um terceiro carro provavelmente ligado aos atentados, um Renault Clio preto com matrícula belga. A polícia investiga também um apartamento que um dos terroristas terá alugado nos subúrbios de Bobigny.
Em Drancy, cidade nos subúrbios a nordeste de Paris onde viveu até setembro de 2013 Samy Amimour, um dos três kamikazes do Bataclan, um vizinho diz que o terrorista se aproximou do Islão radical quando ficou desempregado:
“Foi despedido e foi por isso que começou a frequentar as mesquitas com mais frequência, depois partiu para a Síria”, disse o homem, que preferiu guardar o anonimato.
O presidente da câmara de Drancy, Jean-Christophe Lagarde, lamentou esta terça-feira o facto de o poder local ter “deixado os pais sozinhos sem apoio” quando o pai tentou ir buscar o filho à Síria em 2013. “Os pais viram o filho fugir-lhes e não os ajudámos”, admitiu Lagarde, que disse ter conhecido bem a mãe de Samy, uma militante associativa “perfeitamente laica”, quando esta foi pedir-lhe apoio.
Je connaissais bien la mère de cet indiv. Elle cherchait à récupérer son fils. Elle est venue me voir. L'État n'a pas donné suite. #Drancy
— JC Lagarde (@jclagarde) 16 Novembre 2015
Outro dos terroristas implicados nos atentados, Salah Abdeslam, atualmente procurado em França e na Bélgica, alugou dois dias antes dois quartos numa pensão em Alfortville, na província de Val-de-Marne, onde esteve com os cúmplices.
Entretanto, fontes próximas da investigação informaram na terça-feira que o texto que reivindicou a autoria dos atentados em nome do autoproclamado “Estado Islâmico” foi lido pelo jihadista francês Fabien Clain, de 35 anos. Os peritos dizem ter chegado a esta conclusão após terem analisado em detalhe a voz que se ouve na gravação divulgada na Internet depois dos atentados que fizeram 129 mortos.