Depois de Paris, menos privacidade para aumentar segurança

Depois de Paris, menos privacidade para aumentar segurança
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De  Nelson Pereira
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Os atentados de Paris podem vir a ter consequências definitivas sobre questões essenciais como a privacidade dos cidadãos franceses e da UE. Foi

Os atentados de Paris podem vir a ter consequências definitivas sobre questões essenciais como a privacidade dos cidadãos franceses e da UE. Foi declarada guerra ao autoproclamado “Estado Islâmico”. Para saber como é olhada esta nova situação pelos especialistas dos serviços de inteligência europeus, entrevistámos Jamie Shea, especialista da NATO em matéria de novas ameaças à segurança.

Nesta edição de Global Conversation, Shea diz que os ataques que mataram em Paris do dia 13 de novembro pelo menos 129 pessoas, ferindo mais de 350, talvez sejam uma reação dos jihadistas aos reveses que sofreram ultimamente no Iraque e na Síria. Sublinha que “é muito difícil controlar um vasto número de pessoas que operam em numerosos países através de células adormecidas”, pois “são necessários 36 oficiais de inteligência em tempo integral para controlar um único suspeito”, até porque “o tempo de radicalização é hoje muito mais curto”.

A propósito do rastreio da cominicação enre os militantes do autoproclamado “Estado Islâmico”, Shea ressalva que “a cooperação internacional tem que ser aprofundada” e isto “particularmente contra os bastidores, onde os jihadistas estão a usar técnicas mais sofisticadas, como mensagens criptografadas”.

Estes grupos terroristas usam a “Internet obscura” para comunicar, para angariação de fundos e para enviar sinais. Na opinião deste responsável da NATO, os serviços de inteligência têm que usar melhores instrumentos – tanto em termos de tecnologia, como de base jurídica – para vencer a barreira da criptografia. Em consequência, defende que o debate em curso sobre o equilíbrio entre o direito do indivíduo a ter as suas comunicações criptografadas e o direito do Estado a ter acesso a essas informações deve ser, depois dos atentados de Paris, resolvido a favor de menos privacidade em nome de mais segurança.

O rastreio de suspeitos, conclui, “é tarefa para a sociedade inteira, não apenas para os órgãos do Estado”.

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