Portugal: Rumo a um telepresidente?

Portugal: Rumo a um telepresidente?
De  Antonio Oliveira E Silva com LUSA, EXPRESSO
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Marcelo Rebelo de Sousa continua à frente nas sondagens mas sem os votos necessários para conquistar a presidência na primeira volta.

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Marcelo Rebelo de Sousa, o mais popular dos candidatos às eleições presidenciais de janeiro de 2016 em Portugal continua, segundo uma sondagem publicada em alguns media locais, na dianteira em relação às intenções de voto, (com 48%).

Mas, o estudo de opinião publicado esta semana e realizado pela “Eurosondagem”:http://www.eurosondagem.pt/ para o “semanário português Expresso”:http://expresso.sapo.pt/ e para a “estação de televisão privada SIC”:http://sicnoticias.sapo.pt/, indica que Marcelo Rebelo de Sousa lidera a corrida às presidenciais, sem, no entanto, conseguir os votos necessários para vencer à primeira volta.

Uma segunda volta poderá ser uma realidade, tal como aconteceu em 1986, quando o muito popular Freitas do Amaral (CDS, democrata-cristão) perdeu as eleições para o socialista Mário Soares, nas que foram das Presidenciais mais renhidas na História democrática portuguesa.

Neste caso, tanto a candidata Maria de Belém Roseira (PS), antiga Ministra dos governos socialistas de António Guterres nos anos noventa (18,9% das intenções de voto) como o Professor Universitário António Sampaio da Nóvoa (16,7%) poderiam tornar-se sérios adversários de Marcelo Rebelo de Sousa.

Duelo de Académicos?

Se Maria de Belém goza, até ao momento, de uma inesperada popularidade, apesar de ter chegado mais tarde à corrida Presidencial, a verdade é que Sampaio da Nóvoa, caso venha a beneficiar do apoio dos partidos de esquerda no parlamento como o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BCE), poderia acumular até 30% das intenções de voto numa hipotética segunda volta.

Uma segunda volta que, neste caso, viria a ser disputada por dois reconhecidos académicos, professores na mesma instituição, em Lisboa.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa parece convencido de uma vitória logo à primeira. O candidato do centro-direita disse aos jornalistas na sexta-feira (20) que, quando era comentador político, “estava convencido de que as eleições seriam decididas à segunda volta”, mas que, agora, perante as sondagens conhecidas, pensa que a decisão possa acontecer à primeira volta.

Um telepresidente?

Bom orador e muito à vontade em frente às câmaras de televisão, Marcelo Rebelo de Sousa é bem conhecido do grande público português.

Atual membro do “Conselho de Estado”:http://www.presidencia.pt/?idc=87, Marcelo Rebelo de Sousa foi presidente do Partido Social-Democrata (PPD/PSD, centro-direita), deputado à Assembleia Constituinte surgida depois da Revolução dos Cravos de 1974, integrou o VIII Governo Constitucional, como Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e Ministro para os Assuntos Parlamentares.

Foi ainda um dos fundadores dos jornais Expresso, em 1973, e Semanário, em 1983. É exatamente pela sua relação com os meios de comunicação social portugueses que goza tão significativa popularidade.

Tornou-se bastante popular como comentador e analista político na rádio, entre 1993 e 1996, onde atribuía notas às figuras políticas da época. Passou para a televisão em 2000, com o comentário semanal do quarto canal de televisão generalista TVI, onde permaneceu até 2004, passando também pelo serviço público de televisão RTP antes de voltar à TVI.

A sua expressividade e a relação muito próxima com o eleitorado poderiam ser um dos seus grandes trunfos. A sua presença constante nos meios de comunicação social, onde assume o papel de analista independente, crítico de todos os atores da vida política nacional, parece conferir-lhe um certo grau de prestígio, essencial para as suas ambições políticas.

Resta saber se as crónicas do “Professor Marcelo”, como é conhecido em Portugal, serão suficientes para superar a grande prova de 2016.

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