A maratona diplomática de François Hollande começou com o encontro com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, no Eliseu, na segunda-feira.
A maratona diplomática de François Hollande começou com o encontro com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, no Eliseu, na segunda-feira. O objetivo é “fortalecer as vias diplomáticas, militares e políticas na luta contra o autoproclamado Estado Islâmico”.
No terreno, há mais de um ano que a coligação internacional efetua raides aéreos contra posições do grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Sem grandes resultados.
A coligação inclui os Estados Unidos e 12 países, entre eles França e a Turquia.
Mas o grande desafio é associar a Rússia a esta coligação.
A colaboração com Moscovo foi reclamada por François Hollande quatro dias depois dos atentados em Paris.
Vladimir Putin mostrava-se favorável. A 17 de novembro, o presidente russo disse aos militares: “Precisamos de estabelecer contactos diretos com os franceses e trabalhar com eles como aliados”.
Para já, russos, franceses e norte-americanos coordenam-se para evitar incidentes no espaço aéreo da Síria.
Os ataques russos começaram há dois meses, mas o grupo Estado Islâmico não era o alvo principal. Os raides ajudavam o avanço das tropas de Bashar al-Assad face aos rebeldes.
A queda do avião russo no Sinai, reivindicada pelo Estado Islâmico, alterou a estratégia.
A Rússia aproxima-se do Irão, o único aliado regional. Esta terça-feira, Vladimir Putin e Hassan Rohani reiteraram a vontade de intensificar a cooperação.
A 15 de novembro, o encontro face a face entre Obama e Putin, à margem do G20, foi visto como um sinal de reaproximação entre os dois países. Mas em Washington poucos acreditam numa verdadeira reconciliação.
William Taylor, vice-presidente do Instituto norte-americano para a Paz, defende: “Os russos ainda não fazem parte da solução na Síria, uma vez que continuam a apoiar Bashar al-Assad. Vão continuar a piorar a situação dos refugiados e vão continuar a prejudicar o esforço para combater o Estado Islâmico.”
O abate de um avião russo pela Turquia, esta terça-feira (24 de novembro), pode ser um entrave à formação de uma coligação internacional, mas os analistas vão mais longe: é necessária uma solução política para a Síria.
A guerra, iniciada em 2011, já fez centenas de milhares de mortos e milhões de refugiados.
A reunião em Viena, em meados de novembro, permitiu delinear os contornos de um eventual acordo, mas os países participantes não se entenderam sobre o futuro do presidente Bashar al-Assad.