As forças de segurança do Burundi praticaram violações em grupo enquanto faziam buscas nas casas de líderes da oposição suspeitos. A denúncia é feita
As forças de segurança do Burundi praticaram violações em grupo enquanto faziam buscas nas casas de líderes da oposição suspeitos. A denúncia é feita pelas Nações Unidas, que garante ter provas das acusações.
Num relatório divulgado esta sexta-feira, explicam que os agentes separaram as mulheres e as violaram. Há, até ao momento, 13 casos de violência sexual.
Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, explica que
“a ideia de que estes casos podem ter uma dimensão étnica ganha força: uma das mulheres que foi vítima de abusos sexuais disse que o violador afirmou que estava a pagar o preço de se Tutsi. Outra testemunha garantiu que os Tutsis foram sistematicamente mortos, enquanto os Hutus foram poupados. E no bairro de Muramvya, em Bujumbura, de acordo com várias testemunhas, a decisão de prender pessoas era tomada com base na étnia”.
A ONU diz que as forças de segurança terão ainda sequestrado, torturado e matado dezenas de homens jovens. Além disso, estão a ser investigadas nove valas comuns encontradas em Bujumbura e em redor da capital.
Violations des droits de l’homme au #Burundi: de nvlles tendances émergent – viols, disparitions forcées, tortures https://t.co/MFXezGhV7b
— UN Human Rights (@UNrightswire) 15 janeiro 2016
Nos últimos meses, a violência no Burundi já fez mais de 400 mortos e 200 mil pessoas abandonaram o país.
A situação agravou-se depois do presidente Pierre Nkurunziza ter anunciado que se vai candidatar a um terceiro mandato, o que obrigava a mudar a Constituição.