A euronews nos EUA: "Os impérios têm de contra-atacar" os êxitos de Trump e Sanders

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De  Francisco Marques com nial O'Reilly, Stefan Grobe
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Depois das derrotas na primeira jornada das primárias, no Iowa, os principais rivais das elites na corrida à Casa Branca venceram em New Hampshire. Segue-se a Carolina do Sul.

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A segunda batalha nas primárias das presidências dos Estados Unidos tornaram um pouco mais clara a corrida às nomeações entre Republicanos e Democratas. Tal como indicavam as previsões, Donald Trump e Bernie Sanders, respetivamente, saíram vencedores em New Hampshire depois das derrotas no Iowa.

Após 92 por cento do escrutínio efetuado, Trump somava cerca de 35 por cento dos votos, mais do dobro do segundo Republicano mais votado, John Kasich (16 por cento). Entre os Democratas, Sanders “esmagava” Hillary Clinton: 60 contra 38 por cento.

A acompanhar bem de perto estas primárias anda o correspondente da euronews nos Estados Unidos, Stefan Grobe, com quem falámos no final de mais uma noite eleitoral, a segunda, nestas primárias norte-americanas.

Nial O’Reilly, euronews: Stefan, o Iowa deixou alguns dos candidatos sob maior pressão para alcançarem melhores resultados em New Hampshire. Confirmando as previsões, Donald Trump e Bernie Sanders venceram, mas quem tem razões para ficar mais satisfeito com este desfecho?
Stefan Grobe, euronews, New Hampshire:
Há um ditado na política americana que diz que o Iowa produz milho e o New Hampshire faz presidentes. Eu não iria tão longe, mas, se fossemos Bernie Sanders ou Donald Trump, talvez tivéssemos tido a noite das nossas vidas. Por outro lado, esta foi uma noite terrível, tanto para as elites Democratas como para as elites Republicanas. > Thank you, New Hampshire! Departing with my amazing family now! #FITN#NHPrimaryhttps://t.co/rbFfcq8gQqpic.twitter.com/73aoZk8uMG

— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 10 fevereiro 2016

(Obrigado, New Hampshire! De partida, agora, com a minha maravilhosa família.)

What a incredible ride it's been, New Hampshire. We're humbled and thrilled by your support. #Kasich4Uspic.twitter.com/j7GXTrTZP9

— John Kasich (@JohnKasich) 10 fevereiro 2016

(Que viagem incrível tem sido, New Hampshire. Sentimo-nos humildes e vibrantes pelo vosso apoio.)

New Hampshire representa um dos primeiros confrontos decisivos, mas não será cedo demais para se falar em decisões tanto para os Democratas como para os Republicanos?
É, certamente, um momento decisivo para ambos os partidos. Os impérios foram desafiados e agora os impérios têm de contra-atacar. É por isso que vamos assistir a uma luta aguerrida nas próximas semanas e mesmo meses. Agora, Hillary Clinton é forte e anda há muito tempo por estes corredores. Por isso, Bernie Sanders tem de mostrar se tem ou não o poder para se manter na luta. Sabemos que Sanders tem o dinheiro para isso, mas temos de perceber se ele tem a capacidade de transpor o entusiasmo de New Hampshire para outros Estados mais diversificados como o Nevada e a Carolina do Sul, os dois próximos Estados na lista destas primárias. Do lado Republicano, a dúvida que se coloca é se os poderes instituídos vão conseguir parar Donald Trump? Neste momento, há um par de candidatos que tem tido um desempenho abaixo do esperado. Nem o governador Bush nem o governador Kasich nem o governador Christie mostraram estar a altura do desafio que será parar Donald Trump. > What we need is a national health care system that puts people ahead of profits and health ahead of special interests.

— Bernie Sanders (@SenSanders) 10 fevereiro 2016

(O que precisamos é de um sistema de saúde que coloque as pessoas à frente dos lucros e a saúde à frente de certos interesses.)

This is only the beginning. We fought hard for every vote—now we take this campaign to the entire country. https://t.co/YDbo2wiWJf

— Hillary Clinton (@HillaryClinton) 10 fevereiro 2016

(Isto é apenas o início. Lutámos muito por cada voto — agora é tempo de levar esta campanha a todo o país.)

Alguns observadores afirmam que esta campanha tem falta de debate político. Dizem que é tudo ‘slogans’ e ‘soundbites’. Qual tem sido a atitude dos eleitores perante o escrutínio?
Os candidatos são agressivos porque estão a dirigir-se para um eleitorado muito agressivo. Há muita raiva à solta. Os Republicanos estão zangados com as elites. Se perguntarmos aos eleitores Republicanos, eles vão dizer-nos que a economia está uma confusão, que o sistema de saúde é um desastre e que os Estados Unidos perderam influência internacional e nem sequer conseguem vencer o grupo Estado Islâmico. Os Democratas também estão zangados. Se questionarmos os eleitores Democratas, eles acreditam que a economia está montada para favorecer os mais ricos e que a classe média foi destruída. Em resumo, os Democratas acreditam que Obama não fez o suficiente para o país progredir. É por causa desta ira presente em ambos os lados que vemos este grande sucesso de Bernie Sanders e Donald Trump.

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