Barack Obama prepara para março visita histórica a Cuba

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De  Francisco Marques
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Será a segunda vez que um Presidente dos Estados Unidos em exercício visita oficialmente Havana após a independência cubana. O último, e único, foi Calvin Coolidge, em 1928.

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O Presidente dos Estados Unidos está a preparar para março uma história deslocação a Cuba, anunciaram quarta-feira fontes da Casa Branca, citadas pelos meios de comunicação social norte-americanos. A visita de Barack Obama a Raul Castro — a ser confirmada esta quinta-feira, pela Casa Branca — assinala a primeira vez que um chefe de Estado norte-americano estará oficialmente em Havana desde 1928.

BREAKING: President Barack Obama expected to visit Cuba in March.

— The Associated Press (@AP) 18 fevereiro 2016

A última (“e única”, sublinha o Wall street Journal) visita oficial a Havana de um Presidente dos Estados Unidos, em exercício, aconteceu em janeiro de 1928, era o residente oficial da Casa Branca o republicano Calvin Coolidge, o 30.° chefe de Estado norte-americano, que estava a meses de deixar o lugar para Herbert Hoover após um único mandato. Coolidge esteve na ilha a propósito da Sexta conferência Anual dos Estados americanos (Pan America), na qual discursou a 16 de janeiro.

Esta visita de Obama ao homólogo Raul Castro resultará no terceiro encontro entre ambos, depois de em abril já terem estado juntos na agora conhecida como “Cimeira das Américas”, que decorreu no Panamá, e de em setembro se terem reencontrado em Nova Iorque, à margem de uma Assembleia-geral das Nações Unidas (ONU). Ambos os encontros aconteceram já depois dos anúncios de parte a parte, em meados de dezembro de 2014, dos esforços mútuos de reaproximação para pôr fim ao polémico embargo de mais de meio século dos Estados Unidos a Cuba.

We're restoring flights with Cuba for the first time in 50 years → https://t.co/t0I6FpS4t4#CubaPolicypic.twitter.com/nz9D3xIzge

— The White House (@WhiteHouse) 16 fevereiro 2016

As últimas viagens de Obama

Pelo menos quatro viagens estão já confirmadas para o Presidente dos Estados Unidos. Em junho, é esperado no Japão para uma reunião do G-7; em julho, na Polónia, para uma cimeira da NATO; em setembro, na china, para uma reunião do G-20; e, em novembro, já depois das presidências norte-americanas, no Peru, para a cimeira de Cooperação Económica Asia-Pacífico.

Em cima da mesa, à espera de confirmação, está entretanto o convite de Dilma Rousseff para que Obama se desloque ao Beasil por altura dos Jogos Olímpicos, em agosto. A deslocação a Cuba deverá estar incluída numa digressão pela América do Sul e Central ainda por desvendar que levará o chefe da Casa Branca à Argentina e, à partida, também à Colômbia.

A primeira visita oficial de um responsável norte-americano a Cuba no decorrer deste novo processo de reaproximação foi protagonizada pelo embaixador diplomático da Casa Branca. O secretário de Estado John Kerry deslocou-se à ilha do Caribe em agosto para a inauguração da nova embaixada dos Estados Unidos em Havana. Barack Obama tem planos para diversas viagens a realizar pelo globo antes das eleições presidenciais marcadas para novembro deste ano, nas quais vai entregar as chaves da Casa Branca após dois mandatos em Washington como homem mais forte da maior economia do mundo. Somente o continente da Oceânia e a Antártida deverão ficar de fora dos planos de viagem.

A data escolhida para esta deslocação a Cuba está a ser vista como uma manobra política, numa altura em que os Estados Unidos estão já em processo de campanha presidencial, com as primárias a decorrer, e a candidata democrática da continuidade, Hillary Clinton, não parece estar a ter uma vida fácil diante de Bernie Sanders. Também a maior popularidade do controverso republicano Donald Trump não agrada ao atual Presidente.

“Lifting the embargo doesn't set back the advance of freedom. It advances freedom.“—Hillary on Cuba pic.twitter.com/QTEtIHgNxr

— Hillary Clinton (@HillaryClinton) 1 agosto 2015

A aproximação a Cuba não foi bem vista pelos republicanos, que domina o Senado e a Casa dos Representantes, as duas câmaras do Congresso dos Estados Unidos. Esta viagem de Obama a Havana acontece em plena campanha nas primárias presidenciais e cerca de um mês antes do 7.° Congresso do Partido Comunista cubano.

Um dos candidatos republicanos à Casa Branca, o senador da Florida Marco Rubio, um filho de cubanos natural de Miami, já se manifestou, tal como muitos camaradas, contrário à aproximação a Cuba. “Não é apenas uma ditadura comunista, é uma ditadura comunista antiamericana”, considerou Rubio sobre o regime dos irmãos Castro.

Marco Rubio: Castros Cuba Is “Still Anti-American And Still A Dictatorship” + Obama a perfect HDP http://t.co/VaaaE2jKxN

— Carla Chamorro (@CarlaChamorros) 15 agosto 2015

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