Ban Ki-moon: Presidente do Burundi aceita dialogar com a oposição

Ban Ki-moon: Presidente do Burundi aceita dialogar com a oposição
De  Nelson Pereira
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O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, declarou esta terça-feira estar disponível para dialogar com a oposição, disse em Bujumbura,a capital do

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O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, declarou esta terça-feira estar disponível para dialogar com a oposição, disse em Bujumbura,a capital do país, o secretário geral das Nações Unidas.

Ban Ki-moon encontrou-se em Bujumbura com os representantes dos partidos da oposição e com o chefe de Estado, apostado em convencer Nkurunziza a iniciar conversações com a oposição para pôr fim à crise política que paralisa o Burundi desde abril de 2015.

De acordo com uma fonte diplomática, um dos assuntos que Ban Ki-moon quer abordar com o chefe de Estado burundês, são as violações maciças dos direitos humanos registadas desde o início dos conflitos. A juventude do CNDD-FDD, o partido no poder, os chamados Imbonerakure, são acusados pela oposição e pelas organizações de defesa dos direitos humanos de violências contra os adversários políticos.

Ban Ki-moon arrived in Burundi on Monday to support of efforts to resolve political crisis https://t.co/wrnzpzeu7Kpic.twitter.com/djp9eRSCSe

— United Nations (@UN) 23 Février 2016

A eleição de Pierre Nkurunziza para um terceiro mandato violou a constituição e mergulhou o Burundi na instabilidade. A oposição, a sociedade civil e uma parte do seu campo político consideram que este terceiro mandato constitui um abuso de poder, contrário à constituição e ao acordo de Arusha, que pôs fim à guerra civil (1993-2006) entre o exército então dominado pela minoria tutsi e os rebeldes hutu.

A União Africana (UA) anunciou no dia 19 de dezembro o envio de uma Missão africana de prevenção e proteção para o Burundi, composta de cinco mil soldados, por seis meses, para travar o ciclo de violências. O governo burundês rejeitou porém a missão da UA e informou que a consideraria uma “força de invasão e ocupação”.

A oposição burundesa alerta para o perigo eminente de uma guerra civil, caso o presidente ignore os apelos ao diálogo.

Ban Ki-moon encontrou-se com os dirigentes dos partidos da oposição, o Frente para a democracia no Burundi (Frodebu) e a União para o progresso nacional (Uprona), com o líder do CNDD-FDD e com Agathon Rwasa, o dirigente das Forças nacionais de libertação (FNL), que é vice-presidente da Assembleia nacional.

Poucas horas antes da chegada de Ban Ki-Moon a Bujumbura, pelo menos duas pessoas foram mortas num atentado terrorista. Na noite de segunda para terça-feira várias granadas foram detonadas provocando pelo menos uma dezena de feridos, de acordo com as autoridades.

Depois desta visita de 24 horas ao Burundi, o secretário geral das Nações Unidas fará uma breve escala no leste da República Democrática do Congo, segunda etapa de um périplo africano que o levará também ao Sudão do Sul. Na República Democrática do Congo, Ban Ki-moon estará algumas horas em Nord-Kivu, Kitchanga, onde se situam vários campos de deslocados que as autoridades ameaçam encerrar. O sul-coreano tem agendados vários encontros no aeroporto de Goma com membros da sociedade civil.

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