Airbus com volume de encomendas recorde de 1 bilião de euros

Airbus com volume de encomendas recorde de 1 bilião de euros
De  Nelson Pereira
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O construtor aeronáutico europeu Airbus encerrou 2015 com um volume de encomendas recorde de seis mil e oitocentos aparelhos, no valor de 1 bilião de

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O construtor aeronáutico europeu Airbus encerrou 2015 com um volume de encomendas recorde de seis mil e oitocentos aparelhos, no valor de 1 bilião de euros, graças às vendas do departamento de aviação comercial.

O grupo registou em 2015 lucros líquidos de dois mil milhões e setecentos mil euros, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Os resultados foram apresentados esta quarta-feira.

O presidente executivo do grupo Airbus, Tom Enders, lembrou que os preços do petróleo jogaram um papel decisivo.

Os novos modelos Airbus procuram reduzir o consumo de combustível e baixar os custos de produção. O construtor está a passar do A320 clássico ao A320neo, que consumo de carburante inferior.

A Airbus enfrenta agora um desafio difícil: como entregar rapidamente os aviões encomendados, para não obrigar os clientes a esperarem vários anos antes de receberem os aparelhos.

A euronews falou com Harald Wilhelm, diretor-executivo financeiro do grupo Airbus, para comentar estes resultados.

Anne Glemarec, euronews:
O que ocorre pensar, quando olhamos a carteira de encomendas recorde da Airbus, o maior desafio será entregar todos esses aviões rapidamente. Como é que vão conseguir?

Harald Wilhelm:
Vejamos o exemplo do A350. Poderia dizer “Produziu 14 aeronaves em 2015, como é que em 2016 vai produzir mais de 50?”. Na verdade, enquanto falamos, já temos mais de 30 aeronaves na linha de montagem final. Estamos portanto a incrementar a taxa de produção. Isto significa que estamos a garantir que as peças provenientes de todo o mundo estão lá a tempo, e que têm a qualidade necessária.

euronews:
Dois sindicatos protestaram contra a sua decisão de pedir aos empregados para picar o ponto já com as roupas de trabalho. Que se passa com isso?

Harald Wilhelm:
Não é um assunto a discutir. Acima de tudo, é um passo no sentido de aumentar ainda mais a eficiência das nossas unidades de produção. Pode ver isso como uma demonstração dos nossos esforços de produtividade.

euronews:
Consegue que os sindicatos cooperem?

Harald Wilhelm:
Estou muito confiante que vão encontrar uma solução.

euronews:
Como é que a queda acentuada dos preços do petróleo influencia a procura de aviões mais eficientes no consumo de combustível?

Harald Wilhelm:
Sei que é uma área que suscita dúvidas e preocupações e compreendo que assim seja. Mas olhemos para os factos. Enquanto o preço do petróleo começou a cair no final de 2014, não vimos um declínio nas encomendas. Como explicar isto?
O preço do petróleo ajuda a melhorar a rentabilidade e a liquidez dos nossos clientes, facilitando a aquisição de aeronaves de consumo eficiente de combustível para quando o preço do combustível aumentar.

euronews:
A Qatar Airways alertou na semana passada que a desaceleração nas economias emergentes, principalmente na China, poderia ter um impacto negativo sobre a indústria de transportes aéreos. Partilha esta preocupação?

Harald Wilhelm:
Não digo que não exista o risco que alguns clientes possam comprar menos aviões do que o previsto no início e haja que reajustar os planos.
A nossa carteira de encomendas de 6.800 aeronaves permite-nos fazer isso.

euronews:
A Airbus emprega mais de 16 mil pessoas no Reino Unido. Se os eleitores do Reino Unido decidirem sair da União Europeia, em junho, quais as consequências para as operações da Airbus no Reino Unido?

Harald Wilhelm:
É evidente que, enquanto entidade do setor industrial e de negócios, preferimos que o Reino Unido permaneça na União Europeia. Trabalhamos aqui num quadro claro, positivo para a eficiência da Airbus em geral, e para a eficiência e os investimentos no Reino Unido. A nossa preferência é que o Reino Unido fique na União Europeia.

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