A procuradora do Tribunal Penal Internacional afirmou que a destruição dos mausoléus de Tombuctu em 2012, no Mali, constitui um crime de guerra.
A procuradora do Tribunal Penal Internacional afirmou que a destruição dos mausoléus de Tombuctu em 2012, no Mali, constitui um crime de guerra.
A declaração foi feita numa audiência preliminar do processo contra o tuaregue Ahmad Al-Faqi Al-Mahdi, que se acredita ser um dos líderes do grupo Ansar Dine, associado à Al-Qaeda no Magrebe Islâmico.
O “jihadista” será o primeiro a ser julgado pelo TPI por destruição de edifícios históricos e religiosos.
A procuradora Fatou Bensouda afirmou que “as acusações apresentadas contra Al-Faqi Al-Madhi envolvem crimes bastante sérios. Trata-se da destruição de monumentos históricos insubstituíveis e de um ataque insensível contra a dignidade e a identidade de populações inteiras, bem como a sua religião e raízes históricas”.
Conhecida com a “Cidade dos 333 Santos”, Tombuctu foi no passado um grande centro intelectual do Islão e os mausoléus faziam parte do património da humanidade da UNESCO. A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura patrocinou entretanto a reconstrução dos locais, mas o seu recheio foi irremediavelmente perdido.