Philippe Leclerc: "ACNUR vai propor reinstalação da América Latina à Austrália"

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Na contagem decrescente para a chegada da primavera aumentam os receios de um afluxo massivo de migrantes rumo à Europa, que continua longe de

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Na contagem decrescente para a chegada da primavera aumentam os receios de um afluxo massivo de migrantes rumo à Europa, que continua longe de superar a crise. Em entrevista à Euronews, Philippe Leclerc, o representante do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em Atenas, analisou a situação no terreno.

Efi Koutsokosta, euronews – Encontra-se no epicentro da crise. De que forma é que descreve a situação e como é que mudou desde o encerramento das fronteiras no norte da Grécia?

Philippe Leclerc, representante do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em Atenas – A situação é verdadeiramente de crise, em particular na fronteira com a Antiga República Jugoslava da Macedónia onde 10 mil pessoas esperam para atravessar. No entanto, a fronteira está fechada. Na quarta-feira só passaram 400 pessoas. Encorajamos todos os iraquianos, sírios e as pessoas de outras nacionalidades que se encontram lá a irem para os centros organizados pelo Exército e pelo Governo grego.

euronews – Acredita que a decisão recente de encerrar as fronteiras na chamada rota dos Balcãs pode desencorajar os migrantes e refugiados de virem em massa para a Europa?

Philippe Leclerc – Para já não vimos uma redução dos números. Isso pode acontecer nas próximas semanas. Temos de estar preparados, por agora, para receber um grande número de refugiados na Grécia e é por isso que as medidas de solidariedade tomadas pela União Europeia têm de ser implementadas, para que as pessoas possam continuar a rumar a outros lugares de forma organizada.

euronews – De que forma é que os cidadãos gregos respondem a esta crise?

Philippe Leclerc – Na grande maioria dos casos, a receção feita pelas pessoas foi extremamente boa. Ouvem-se vozes críticas, como as de alguns autarcas que não estão a autorizar a instalação de campos, mas na maioria dos casos vemos solidariedade. Também se coloca a questão sobre a capacidade do Governo, das organizações das Nações Unidas e das Organizações Não Governamentais (ONG) serem capazes de receber mais pessoas.

euronews – O que espera do encontro de segunda-feira entre os líderes da União Europeia e da Turquia?

Philippe Leclerc – Esperamos que as discussões sejam feitas ao nível geral, que consiste em gerir as causas na raiz do conflito e a chegada massiva aos primeiros países de asilo, incluindo a Turquia.
A Turquia e os primeiros países de asilo como o Líbano, Jordânia e Iraque são apoiados não só através de ajuda financeira, que é bastante importante, mas também através de reinstalação.
É por isso que o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados vai propor, no futuro, que 10% da população refugiada síria seja reinstalada e admitida em todo o mundo, não só nos Estados-membros da União Europeia, mas desde a América Latina à Austrália.

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