Cinco anos após o tsunami e o desastre nuclear de Fukushima, a região atrai o chamado turismo mórbido ou negro, ou seja, visitantes interessados em
Cinco anos após o tsunami e o desastre nuclear de Fukushima, a região atrai o chamado turismo mórbido ou negro, ou seja, visitantes interessados em descobrir lugares relacionados com mortes e tragédias.
A central de Daiichi está a ser descontaminada e desmantelada. Para já o local é acessível a jornalistas e aos funcionários da TEPCO. Mas um grupo de japoneses queria transformar o local num destino turístico com visitas sem fatos de proteção em 2036.
O projeto Fukuichi Kanko não foi bem acolhido.
A questão é sensível.
Hiroki Azuma, chefe do projeto, reconhece que “a maioria dos japoneses é incapaz de suportar ou mesmo compreender que é possível transformar um grande desastre em algo que atrai as pessoas ou que a construção de um museu pode mostrar o que se passou para servir de lição às gerações futuras”.
Atualmente, cerca de duas mil pessoas visitam por ano as localidades de Fukushima não sujeitas a restrições e há habitantes que se transformaram em guias turísticos.
Fukushima 'dark tourism' aids remembrance and healing https://t.co/JGEtKTpkzppic.twitter.com/ZBeT5UcDSc
— AFP news agency (@AFP) 6 de março de 2016
Mas a questão é polémica.
Uma das funcionárias da Prefeitura de Fukushima considera impensável comercializar a dor de quem morreu ou foi obrigado a fugir e acrescenta: “Não deveríamos empregar a palavra turismo à região de Hamadori”.
Fukushima was billed as a future hot spot for dark tourism but plan now lies in tatters: https://t.co/jI9mteMmZspic.twitter.com/KwuXKWqhBu
— Reuters Business (@ReutersBiz) 8 de março de 2016
O projeto japonês era semelhante ao que rodeia Chernobyl, quase 30 anos após a maior tragédia nuclear da história.
Graças a viagens organizadas, a área acolhe cerca de 10 mil pessoas por ano, segundo as estimativas de um dos operadores turísticos ucranianos.
A visita custa entre cem e 400 dólares.
Chernobyl
A never used ferris wheel in the centre of the empty city of Pripyat, evacuated after the 1986 Chernobyl disaster. pic.twitter.com/W41ABkz0Py
— Chernobyl Children (@Chernobyl) 29 février 2016