Documentos do Panamá: Kremlin denuncia "Putinofobia" e acusa a CIA

Documentos do Panamá: Kremlin denuncia "Putinofobia" e acusa a CIA
De  Nelson Pereira
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Os mais de onze milhões de documentos confidenciais desviados dos arquivos da firma de advogados Mossack Fonseca, sediada no Panamá, e transmitidos

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Os mais de onze milhões de documentos confidenciais desviados dos arquivos da firma de advogados Mossack Fonseca, sediada no Panamá, e transmitidos ao jornal alemão Sueddeutsche Zeitung por uma fonte não revelada, revelam o envolvimento de dezenas de dirigentes políticos e figuras públicas mundiais em atividades financeiras em paraísos fiscais, lavagem de dinheiro e evasão ao fisco ou a sanções internacionais.

Uma dos eixos deste gigantesco esquema de corrupção é um grupo dos aliados mais próximos do presidente russo Vladimir Putin que tem movimentado entre bancos e companhias offshore mais de dois mil milhões de dólares.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, denuncia um complot contra o presidente russo, uma “Putinofobia” que pretende desestabilizar o país:

“É evidente que o alvo principal deste ataque é o nosso país, tratava-se de atacar pessoalmente o presidente Vladimir Putin”, disse Peskov.

Sobre o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação, que colaborou com o Sueddeutsche Zeitung na divulgação dos Documentos do Panamá, o porta-voz da presidência russa denuncia “jornalistas cuja profissão principal é improvável que seja o jornalismo”, entre os quais afirma estarem “muitos antigos membros do Departamento de Estado, da CIA e de outros serviços especiais”.

Os documentos em questão revelam a existência de uma rede constituída por nomes que fazem parte do círculo de amigos e aliados mais próximos de Putin, que terá movimentado mais de dois mil milhões de dólares entre bancos e companhias offshore.

É a primeira vez que informações tão detalhadas fazem luz sobre os esquemas de corrupção no núcleo próximo de Putin, mas os círculos do Kremlin estão tão longe dos cidadãos russos como Moscovo do Panamá.

Nas ruas de Moscovo, as pessoas que leram já sobre o assunto reagem com alguma incredulidade, como a professora Lyubov Merkushova, que considera a notícia o tipo de tema veiculado pela imprensa sensacionalista. Um empregado da companhia ferroviária, Igor Gavrikov, afirma ser evidente a existência de corrupção no país, mas prefere não arriscar nenhum comentário taxativo enquanto não conhecer mais detalhes.

Os documentos da Mossack Fonseca apontam para uma longa lista de mais de 140 VIPs, entre os quais estão o presidente ucraniano Petro Poroshenko, alguns governantes chineses, o presidente da Argentina Mauricio Macri e o primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Gunnlaugsson.

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