Refugiados: Protestos no dia 1 do reenvio europeu de migrantes ilegais para a Turquia

Refugiados: Protestos no dia 1 do reenvio europeu de migrantes ilegais para a Turquia
De  Francisco Marques com Apostolos Staikos
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Acordo com Ancara foi celebrado em Bruxelas, a 18 de março, e implica que todos os migrantes ilegais que cheguem a território dos "28", via Turquia, sejam reenviados de volta. Por cada um que seja sír

PUBLICIDADE

Arrancou esta segunda-feira a operação de reenvio para a Turquia de migrantes sem estatuto de refugiados que tenham entrado de forma ilegal no espaço da União Europeia, pelas ilhas gregas. A deportação acontece ao abrigo do acordo estabelecido a 18 de março entre a União Europeia e Ancara, num Conselho Europeu especial realizado em Bruxelas.

O objetivo do acordo é estancar a migração ilegal rumo aos “28”, em especial o negócio dos “facilitadores” de viagens clandestinas rumo à Europa, e ao mesmo tempo aliviar a pressão, por exemplo, sobre a Grécia, e garantir melhores condições aos legítimos refugiados em trânsito. O custo da operação é uportado pelos “28.”

“The scheme based on 1-for-1 principle can be implemented under existing #resettlement scheme” TimmermansEU</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/EUCO?src=hash">#EUCO</a> <a href="https://t.co/DnHGP6VZG0">https://t.co/DnHGP6VZG0</a></p>&mdash; European Commission (EU_Commission) 16 de março de 2016

(Primeiro vice-presidente da Comissão Europeia:
“O esquema baseado no princípio 1-por-1 pode ser implementado
ao abrigo do existente esquema de relocalizaçã0.”)

O acordo estabelece que os migrante ilegais chegados à Grécia, via Turquia, a partir de 20 de março, sejam reenviados de volta, com a União Europeia a receber em troca de cada clandestino sírio deportado um refugiado de direito, igualmente sírio, que esteja na Turquia.

206 Frontex</a> escort officers & 32 <a href="https://twitter.com/EASO">EASO case officers deployed to #Greece over the weekend – enough for today's operations, more to follow

— Natasha Bertaud (@NatashaBertaud) 4 de abril de 2016

(206 responsáveis de escolta da Frontex e 32 responsáveis da Gabinete Europeu de Apoio ao Asilo enviados
para a Gécia durante o fim-de-semana. suficiente para as operações de segunda-feira, mais se seguirão.)

Twitter da porta-voz da coordenação da Comissão Europeia.

A porta-voz da agência Frontex afirmou que “esta segunda-feira, a operação de reenvio de migrantes decorreu muito bem, foi tranquila”. “Os migrantes foram transportados de autocarro ao lado dos responsáveis pela escolta. Vieram até aqui ao porto, recolheram as bagagens e, com os responsáveis pela escolta, embarcaram nos ‘ferries’. Não houve quaisquer incidentes”, garantiu a polaca Ewa Moncure.

Ainda assim, o porto de Mitilene, na ilha de Lesbos, de onde partiram os primeiros “ferries” esta segunda-feira com migrantes rumo à Turquia, foi também palco do protesto de cerca de 80 a 100 ativistas contra o acordo entre a União Europeia e a Turquia para a “troca” de migrantes clandestinos e refugiados.

Activists protest against forced returns of refugees, migrants in Mytilene, #Lesbos. 136 were deported this morning pic.twitter.com/r6ySpf6Hgd

— Wenzel Michalski (@WenzelMichalski) 4 de abril de 2016

(Ativistas protestam contra a imposição dos reenvios de refugiados e migrantes de Mitilene, em Lesbos.
136 foram deportado esta manhã.)

Nos cartazes exibidos podia ler-se, por exemplo, “parem o acordo” ou que “nenhum humano é ilegal”. Para a ativista holandesa Marije Mutter “este não é um acordo, de todo”. “Não representa uma solução. É tudo por dinheiro. Eu estou aqui de coração. Preocupo-me com estas pessoas. Nós devemos cuidar de todas as pessoas vulneráveis neste mundo. É por isso que estou aqui”, afirmou a ativista humanitária holandesa.

Este primeiro dia de reenvio de migrantes clandestinos para a Turquia, ao abrigo do acordo com Ancara, foi testemunhado na ilha de Lesbos pelo correspondente da euronews na Grécia, Apostolos Staikos: “As primeiras deportações de migrantes são de grande importância para a Grécia. Atenas pretende mostrar à comunidade internacional estar a respeitar o acordo com a Turquia. Mas, com 52 mil refugiados bloqueados e as fronteiras a norte fechadas, o governo está também a tentar tranquilizar o povo grego, que tem medo que a situação se torne incontrolável.”

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

União Europeia chega a acordo com a Turquia sobre questão migratória

Grécia mais acessível para os turistas turcos

Incêndio destrói mosteiro de Agia Paraskevi na Grécia