Holanda: "Não" pode vencer referendo sobre a Ucrânia

Holanda: "Não" pode vencer referendo sobre a Ucrânia
De  Euronews
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O referendo que ocorre esta quarta-feira na Holanda é bem mais discreto que o previsto para junho no Reino Unido, mas não menos simbólico, nem menos

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O referendo que ocorre esta quarta-feira na Holanda é bem mais discreto que o previsto para junho no Reino Unido, mas não menos simbólico, nem menos arriscado para a Europa. Oficialmente trata-se de dizer “sim” ou “não” ao Acordo de Associação entre a União Europeia e a Ucrânia.

Este acordo entre Bruxelas e Kiev entrou em vigor em 2015, na vertente política e, em 2016, na vertente comercial, após ter sido ratificado pelos 28 estados membros da União. Foi assinado em 2014, sob o impulso de uma revolução que acabaria por se converter na guerra entre a Ucrânia e a Rússia.

Tudo começou a 21 de novembro de 2013, quando os ucranianos sairam pacificamente à rua para protestarem contra a recusa do governo pró-russo de assinar, como se comprometera, o acordo de associação.

O drama da queda do voo MH17 na Ucrânia, em julho de 2014, acidente do qual a maioria das vítimas era holandesa e que criou na opinião pública holandesa a convicção da responsabilidade das forças pró-russas, poderia fazer pensar que os cidadãos da Holanda vão votar “sim”.

“Bode expiatório” do desencanto holandês?

Mas, pelo meio surgiu uma coligação eclética, impulsionada pelo líder populista Geert Wilders, que conseguiu recolher as 300 mil assinaturas necessárias à realização da consulta popular, mesmo após a ratificação do acordo. E, ainda que o pretexto seja a associação com a Ucrânia, é visada a União Europeia, alvo preferencial da extrema direita e não será de estranhar se o “não” vencer.

O contexto da crise dos migrantes, a austeridade drástica, o fraco crescimento económico e a quebra do poder de compra têm alimentado o euroceticismo holandês e não será de excluir que Bruxelas tenha, já na quinta-feira, mais duas fragilidades: a Holanda e a Ucrânia, já que o parlamento holandês pode ir contra o voto expresso em referendo, mas as legislativas – previstas para daqui a um ano – tornam a manobra arriscada para os partidos no poder.

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