Síria: Nos escombros da Palmira deixada pelo Estado Islâmico (EI)

Síria: Nos escombros da Palmira deixada pelo Estado Islâmico (EI)
De  Euronews com France 2
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A batalha da cidade de Palmira, na Síria, terminou há mais de uma semana, mas as explosões ouvem-se ainda. É preciso encontrar as milhares de minas

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A batalha da cidade de Palmira, na Síria, terminou há mais de uma semana, mas as explosões ouvem-se ainda. É preciso encontrar as milhares de minas deixadas por todo o lado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

“Esta é uma arma artesanal que desativámos. Estava por baixo da estrada aqui mesmo. Ali, não pudémos desativá-la e tivémos que a fazer explodir”, explica um soldado sírio.

Após dois mil ataques aéreos das forças russas, durante 15 dias, são agora as tropas sírias que inspecionam os edifícios e descobrem coisas como laboratórios de fabrico de bombas artesanais. Uma equipa de reportagem da France 2 acompanha os soldados:

“É um laboratório químico com tudo o que é preciso para fabricar os explosivos”, mostram.

Acetona, ácido, frascos, cabos elétricos, tudo o que é necessário para o fabrico do TATP, o explosivo que serviu nos atentados de Paris e Bruxelas, a assinatura do Estado Islâmico.

Nos dez meses de controlo da cidade pelo Daesh, muita gente fugiu. Os ocupantes recrutaram novos funcionários. Os documentos de recrutamento, registo civil e tribunal deixados para trás mostram, por exemplo, que uma mulher podia ser comprada por seis meses com cerca de 3 euros e que os recrutas mais jovens tinham 14 anos.

As listas do tribunal do regime do Daesh revelam que qualquer desobediência era punida. Fumar, por exemplo, levava a condenações de 15 dias de prisão.
Um homem detido após uma denúncia dos vizinhos, esteve preso 15 dias e conta que havia cerca de cem presos na mesma cela. Muitos deixaram os nomes nas paredes.

“Mantinham-nos num estado de terror permanente. Diziam-nos constantemente: vocês só têm duas opções, a decapitação ou o enforcamento”.

Ele acabou por ser libertado, mas muitos outros nunca chegaram a sair. Mohamed fugiu da cidade antes da chegada dos jihadistas, mas o filho não quis partir.

“O meu filho disse-lhes: ‘nunca fiz nada de mal e Palmyra é a minha cidade. Gosto muito dela’. Eles responderam: ‘Não te daremos o prazer de seres executado aqui’. Levaram-no para outra cidade e abateram-no a tiro. Filmaram a execução e puseram o video na internet. O que é que se pode dizer a isto? Que Deus amaldiçoe os que chegaram e mataram pessoas que não fizeram nada”.
O corpo do filho de Mohamed nunca foi encontrado.

Nos arredores da cidade, a norte, os soldados sírios encontraram uma vala comum.
“Aqui encontrámos cinco homens, sete mulheres e oito crianças, uma delas um bebé de seis meses. Estavam enterrados uns sobre os outros”, revelam.

40 cadáveres chegaram já ao hospital militar de Homs, mas há outros. A equipa de reportagem viu restos humanos no chão. De acordo com o regime de Damasco, cerca de 300 pessoas terão sido executadas em Palmira pelo Daesh.

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