Brasil: Será Michel Temer o senhor que se segue?

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Aos 75 anos, Michel Temer quis sair da sombra de Dilma Rousseff. Desde o início do primeiro mandato, em 2011, o vice-presidente, apoiou a presidente

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Aos 75 anos, Michel Temer quis sair da sombra de Dilma Rousseff. Desde o início do primeiro mandato, em 2011, o vice-presidente, apoiou a presidente e tornou possível a estabilidade do seu governo tecendo habilmente alianças e acordos.

Constitucionalista, filho de imigrantes libaneses, casado com Marcela, uma jovem de 32 anos, este corredor de fundo da política brasileira, sentiu o vento a mudar desde o início do segundo mandato e deu a conhecer a Dilma o seu descontentamento, numa carta pessoal onde acusa a presidente de o tratar como um “vice-presidente decorativo”, chamado apenas para resolver as crises e alcançar o apoio do congresso.

Temer é, há 15 anos, o líder do PMDB , o partido com o maior número de deputados no congresso e que tem seis ministros no atual governo. Nos últimos meses foi tecendo a teia que viria a lançar a Dilma, no dia 29 de março, ao retirar lhe o apoio.

“A partir de hoje e com esta reunião histórica, o PMDB se retira da base do governo da presidente Dilma Rousseff”, anunciou o primeiro vice presidente do PMDB, Romero Juca.

Foi o primeiro golpe. Depois, a 11 de abril, o jornal Valor Económico difunde um registo audio de um discurso de Temer, no qual ele antecipa o voto de destituição de Rousseff e propõe um governo de unidade nacional.

O vice-presidente não nega o discurso, alega que a fuga não foi intencional, porque o registo foi enviado por erro a um grupo de deputados do seu partido. No entanto, diz-se disposto a assumir o poder.

Eu estarei preparado porque o que pauta a minha atividade é, exatamente, o diálogo; não que eu seja capaz individualmente de resolver os problemas, mas eu sei que pela forma do diálogo, portanto, e coletivamente com, portanto, todos os partidos e os vários setores da sociedade, nós tiraremos o país da crise”.

O caso é interpretado por Dilma como uma prova da traição de Temer e, sem o nomear, acusa-o, juntamente com o presidente da Câmara dos Deputados.

“Ontem ficou claro que existem dois chefes do golpe, que agem em conjunto e de forma premeditada”,afirmou.

Se o senado destituir Dilma, é Michel Temer quem, de acordo com a constituição, assumirá a presidência do Brasil até 2018.

Mas isso ainda se verá, porque o magistrado do Supremo Tribunal que deu ordem para iniciar o processo contra Dilma, deu a mesma ordem em relação a Temer, porque, se há delito, o vice-presidente de Dilma Rousseff também o cometeu.

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