Chernobil aguarda pelo novo cofre de material radioativo

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Este vídeo foi filmado em Chernobil depois do pior acidente nuclear da história. As imagens foram captadas pelo jornalista Valery Makarenko a 12 de

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Este vídeo foi filmado em Chernobil depois do pior acidente nuclear da história. As imagens foram captadas pelo jornalista Valery Makarenko a 12 de maio de 1986, dias depois da catástrofe.

Um trabalho arriscado quer pelos elevados níveis de radiação como pelas ordens dadas pelos serviços secretos da antiga URSS que proibiram a divulgação de qualquer informação sobre o acidente

“As autoridades soviéticas proibiram a entrada nesta área. Vim para Chernobil de helicóptero graças à ajuda dos meus amigos da equipa de aviação. Falei com o responsável da comissão governamental e preparei a primeira reportagem. Conseguimos quebrar o bloqueio de informação” afirma o jornalista Valeryi Makarenko.

Chernobyl pictures by a liquidator Fotografia de Oleg Veklenko 30 anos depois do acidente, Makarenko regressou a Chernobyl, mas desta vez como turista.

“Estou a verificar o nível de contaminação radioativa e é ridículo se comparamos com os níveis de 1986. Agora é, apenas, cinco vezes superior à da rua de Kreshchatyk, em Kiev. Isto resulta do trabalho enorme feito por várias pessoas que permitiram ter este território limpo” adianta Makarenko.

Milhares de trabalhadores estão envolvidos no desmantelamento do local e na construção de um novo sarcófago.

Armazenar o combustível nuclear e todo o material radioativo nos reatores em segurança é a prioridade das equipas no terreno.

Em 2007, o consórcio francês Novarka assinou um contrato com as autoridades ucranianas para construir o novo arco de contenção. Uma estrutura com 110 metros de altura, 165 de largura e 260 de comprimento que deve ser colocada sobre o reator dentro em breve.

“Entramos na última fase do processo de construção e vamos dar início à mudança. A tarefa para este ano é colocar o arco em acima do reator. As obras devem estar concluídas a 30 de novembro de 2017” sublinha Viktor Zalezetsky, responsável pelo projeto ARKA.

O tempo de vida da primeira estrutura – concluída cerca de sete meses após a catástrofe – foi estimado em 30 anos. Mas de acordo com vários ambientalistas, o prazo de validade do primeiro sarcófago de betão há muito que terminou.

Construído sobre o reator número quatro de Chernobyl que explodiu em abril de 1986, o novo arco de contenção deve ser agora capaz de deter a fuga de radiação durante o próximo século.

Um projeto sucessivamente adiado por falta de financiamento.

A pensar na segurança nuclear em Chernobil, a Comissão Europeia reforçou, em 2015, a contribuição com mais 70 milhões de euros. Um montante que se junta aos cerca de 360 milhões de euros concedidos previamente.

Pictures from Chernobyl exclusion zone Fotografia de Nataliia Liubchenkova “A construção desta estrutura vai permitir guardar os líquidos radioativos em depósitos de metal durante 100 anos. Vai permitir que esses líquidos fiquem em segurança” refere o engenheiro Andrey Savin

O reator número quatro da central soviética de Chernobil explodiu durante um teste de segurança em abril de 1986. Mas os reatores um, dois e três continuaram a funcionar depois da catástrofe. Só o acordo alcançado com o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, em 1995, permitiu parar definitivamente a central.

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