Páscoa Ortodoxa inspira esperança na "ressurreição" da Síria

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De  Francisco Marques com reuters, tass,
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Centenas de cristãos ortodoxos reuniram-se este domingo, 1 de maio, na Igreja da Cruz Sagrada em Damasco, capital da Síria, para celebrar a

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Centenas de cristãos ortodoxos reuniram-se este domingo, 1 de maio, na Igreja da Cruz Sagrada em Damasco, capital da Síria, para celebrar a ressurreição de Cristo de acordo com o calendário ortodoxo ou juliano. Muitos esperam que a Ressurreição de Cristo inspire também a Síria a reerguer-se da crise humanitária em que mergulhou devido à sangrenta guerra civil em que está mergulhada há cinco anos.

A Páscoa Ortodoxa

Todas as Igrejas Ortodoxas canónicas celebram a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Calendário Juliano, instituído por Júlio César, no ano 46 antes de Cristo. O calendário para a Páscoa é baseado na astronomia e, por isso mesmo, muito complexo.

Desde os primeiros anos do Cristianismo este assunto foi motivo de divergências entre o Oriente e o Ocidente e de aprofundados estudos. A sua importância religiosa começou no ano 325 com a realização do Concílio Ecuménico realizado em Nicéia, convocado pelo Imperador Constantino Magno, quando os santos Padres da Igreja resolveram, por unanimidade, que a Páscoa seria comemorada por todos os cristãos no mesmo dia.

As resoluções daquele concílio para a celebração da Páscoa determinaram que a Páscoa deve ser comemorada sempre no domingo que segue a lua cheia do equinócio da primavera no Oriente, isto é, depois do dia 21 de março. Assim sendo, a Páscoa cristã realizar-se-á sempre após a Páscoa judaica.

A Igreja Ortodoxa, fiel às decisões deste Concílio, continua seguindo este calendário, observando fielmente os cânones deste concílio e não aceitando reformas, nem tão pouco inovações no que diz respeito à Grande Quaresma e às festividades pascais até ao dia de Pentecostes, no 50º dia após a Páscoa.

Fonte: Ecclesia

“Hoje (1 de maio) assinala-se a Ressurreição de Cristo. Esperamos que seja também a ressurreição da Síria. O país continua a sofrer feridas e dor. A Sexta-feira Santa passou e nós ainda esperamos que a Síria se reerga”, afirmou Madeleine, uma cristã ortodoxa de Damasco. Zeina, outra fiel que assistiu à missa pascal ortodoxa na capital síria, deseja “paz para a Síria”. “Ao povo de Alepo, eu digo: ‘Cristo reergueu-se!’ Espero que Alepo também se reerga brevemente e volte a ser o que foi antes”, acrescentou.

Maria, outra cristã ortodoxa de Damasco, também sublinhou que “Cristo reergueu-se” e desejou a todos “paz, segurança e prosperidade”. “Que Deus tenha misericórdia de todos os mártires da Síria e em especial das crianças em Alepo. Alguma coisa tem de ser feita por eles e para que esta situação mude”, concluiu.

Gergy, por fim, outro fiel presente na missa da capital síria, desejou que “no próximo ano a paz se espalhe por toda a nação”. “Espero que a alegria e os sorrisos surjam em todas as faces e que seja um ano de bem-estar para o povo todo”, expressou.

Cessar-fogo no leste da Ucrânia

Na Ucrânia, a Páscoa Ortodoxa inspirou a comunhão entre lados postos. O exército e os grupos rebeldes separatistas, em conflito no leste do país, acordaram um frágil cessar-fogo para que a Ressurreição de Cristo seja celebrada por todos os cristãos ortodoxos ucranianos. As tréguas ucranianas terão sido, contudo, violadas e pelo menos um soldado ucraniano terá sido morto, na sequência de confrontos com grupos rebeldes pró-russos, nomeadamente bombardeamentos rebeldes de posições controladas pelo exército. Do lado dos separatistas, surgiram denúncias também de bombardeamentos efetuados pelas forças fiéis a Kiev.

Christ is Risen! #OrthodoxEaster#peacepic.twitter.com/F7SxMiLv18

— IOCC Relief (@IOCCRelief) 1 de maio de 2016

Em Israel, entretanto, o ambiente Pascal sobrepôs-se na cidade onde há 2016 anos Jesus Cristo terá ressuscitado. Depois do tradicional Fogo Sagrado de sábado à noite, este domingo realizou-se a missa liderada por Teófilo III, o Patriarca da igreja ortodoxa grega em Jerusalém.

Na Rússia, o Presidente Vladimir Putin e o primeiro-ministro Dmitri Medvedev assistiram sábado à missa do patriarca Kirill, em Moscovo, onde “fogo sagrado” transportado diretamente de Jerusalém, por avião, iluminou o serviço religioso e foi partilhado pelos fiéis. Estava previsto também que o fogo fosse ainda levado para o Monte Athos, no norte da Grécia, para assinalar os 1000 anos da presença russa naquela montanha sagrada.

The “Holy Fire” at the Church of the Holy Sepulchre in Jerusalem during Orthodox Easter ceremony pic.twitter.com/efMut6EMDQ

— AFP news agency (@AFP) 30 de abril de 2016

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