Exclusivo: Catástrofe humanitária cresce em silêncio no Iémen

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Desde março de 2015, o Iémen está mergulhado num conflito armado entre as milícias Huthi e os partidários do presidente Abd Rabbu Mansour Hadi

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Desde março de 2015, o Iémen está mergulhado num conflito armado entre as milícias Huthi e os partidários do presidente Abd Rabbu Mansour Hadi, apoiados pela coligação liderada pela Arábia Saudita. No meio do conflito, entre os civis, cresce uma crise humanitária silenciosa.

A Euronews visitou um dos campos de populações deslocadas, a 40 quilómetros da cidade de Saana.

Neste campo, chamado Darwan, a maioria das pessoas fugiu dos bombardeamentos das forças da Aliança Árabe sobre a cidade de Sada, considerada um reduto do movimento Ansar Allah, conhecido também como os “Huthis”, acusados de atacarem as cidades do sul da Arábia Saudita.

“A zona em que eu vivia foi bombardeada e toda a vizinhança foi afetada; alguns morreram outros tiveram sorte e sobreviveram. Nós conseguimos finalmente sair da cidade de Sada, mas não foi nada fácil, porque os bombardeamentos continuaram durante uma semana”, conta um refugiado.

Construiram abrigos com aquilo que puderam encontrar. Têm falta de comida, água potável e as condições de higiene e saúde são muito precárias.

“Sofremos muito com frio durante a noite e com o calor durante o dia. Os meus filhos não comem há três ou quatro dias. Também temos falta de água e de combustível… não temos nada”, queixa-se uma mãe de família.

As crianças andam por todo o lado, muitas estão infectadas com várias doenças e não têm qualquer assistência de saúde.

O coordenador da ajuda humanitária da ONU no Iémen, Jamie McGoldrick, fala de uma situação alarmante.

“ Há14 milhões de pessoas a precisarem de assistência. 7 milhões estão em condições severas de dificuldades de sobrevivência. Se falarmos de educação, há 3 milhões de crianças neste país que não vão à escola. Isto para eles é uma vida de sofrimento. Não é vida, é sofrimento! Podemos falar das infraestruturas de saúde, da impossibilidade de fazer chegar comida, medicamentos ou combustíveis a este país. Isto impossibilita-os de terem um futuro”.

De acordo com as últimas estatísticas do gabinete regional da Organização Internacional para as Migrações, o número de deslocados por causa do conflito atingiu 2,5 milhões.

“Os deslocados pagam aqui um preço muito alto no desenrolar destes conflitos e guerras, especialmente as crianças. Este campo de Darwan é só um entre dezenas de campos que se espalham por todo o Iémen, onde as pessoas vivem de forma calamitosa”, testemunha o nosso enviado, Mohamed Shaikhibraim.

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