Num último discurso antes de deixar o Planalto, Dilma Rousseff apontou o dedo aos que provocaram a destituição da presidente do Brasil.
Dilma Rousseff já não é inquilina do Palácio do Planalto. O Senado brasileiro votou a favor da destituição e Dilma foi afastada por um máximo de seis meses, tempo durante o qual vai ser decidido se o “impeachment” é, ou não, definitivo.
Para a presidente agora afastada, este processo não é mais que um golpe: “Quando uma presidente eleita é cassada sob a acusação de um crime que não cometeu, o nome que se dá a isso no mundo democrático não é impeachment, é golpe. Este processo é um processo frágil, juridicamente inconsistente, um processo injusto desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente. A luta pela democracia não tem data para terminar. É uma luta permanente que exige de nós dedicação constante”, disse Dilma no discurso.
Numa autêntica maratona parlamentar que se prolongou pela noite dentro, o Senado aprovou a continuação do processo de “impeachment”, que tinha já passado na Câmara dos Deputados.
A razão oficial para a destituição é a alegada maquilhagem das contas públicas por parte do governo.
O vice-presidente Michel Temer vai agora ser empossado como presidente interino, mas está longe de ser uma figura consensual, já que é também acusado de corrupção.