Iémen: Milhões de iemenitas esquecidos no inferno da guerra

Iémen: Milhões de iemenitas esquecidos no inferno da guerra
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Para além da missão de cobertura da guerra no Iémen, a Euronews foi visitar aldeias históricas, como o Forte de Attan, construída por antigos

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Para além da missão de cobertura da guerra no Iémen, a Euronews foi visitar aldeias históricas, como o Forte de Attan, construída por antigos iemenitas, conhecidos também como “montanheiros”, no Iémen.

Está localizada nos contrafortes da montanha de Attan Faj, com vista sobre Sanaa, a capital do Iémen.

As casas históricas não foram poupadas pela guerra, que se instalou no país já há mais de um ano e meio e algumas ruiram sobre as cabeças dos seus habitantes, mulheres e crianças sem defesa.
Attan Fort foi uma das primeiras aldeias a ser destruída pela guerra e testemunhou os intensos ataques aéreos das forças aliadas por, de acordo com os confederados, possuir depósitos de armamento que pertencem ao exército iemenita.

Grande parte das casas da aldeia não é mais do escombros; dezenas de crianças, mulheres e homens ficaram gravemente feridos, pelos estilhaços dos mísseis e das bombas, que os perseguiam em todas as direções.

“Era uma verdadeira chuva de bombas e mísseis a cair sobre a aldeia, fiquei ferido numa perna, num braço e na cabeça. Metade dos meus amigos e das crianças também ficaram feridos”, conta uma criança.

“As pessoas tinham vindo para esta aldeia histórica devido à pobreza em que vivem, tentavam garantir às famílias um teto seguro, mas agora arriscam-se a ter o mesmo destino e viver a fugir dos bombardeamentos, como os que viviam nas casas já destruídas, que deixaram sem abrigo outros habitantes”, relata Mohamed Shikibrahim.

Cerca de 53 famílias pobres do Iémen vivem nesta aldeia e é sabido na capital, Sanaa, que estas pessoas vivem em condições muito difíceis.
Um grande número de crianças aqui sofre de doenças derivadas da falta de condições de higiene e da falta de serviços de saúde. Não têm comida nem água potável desde que todos os depósitos de água foram destruídos. O carregamento de água para a aldeia é mais um factor de sofrimento.

Um homem queixa-se: “As pessoas aqui na aldeia sofrem muito. São vítimas desta guerra, perdidas entre os dois lados. Nenhuma organização humanitária conseguiu chegar aqui. Nem os media vêm para contar o que se passa aqui. Agora talvez o mundo possa ver o que a guerra nos fez . Esta foi a primeira aldeia a ser destruída desde que a guerra começou”.

Outro acrescenta: “Houve enormes explosões aqui perto e fomos atingidos por ataques aéreos… bombas e mísseis a cairem sobre as nossas cabeças… as nossas casas foram destruídas. Olhe para isto, veja esta destruição toda. Não temos nada e ninguém se preocupa conosco”.

As pessoas desta aldeia fazem parte dos milhões de pobres do Iémen, vítimas de uma guerra de que ninguém fala e que passaram de uma vida de pobreza a uma vida de fome. Com o colapso da economia e o embargo aéreo e marítimo, a vida destas pessoas tornou-se num verdadeiro inferno.

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