FMI em Moçambique a partir de junho

FMI em Moçambique a partir de junho
De  Euronews com LUSA
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Segundo o Ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane, uma delegação do Fundo Monetário Internacional deverá visitar o país africano já no próximo mês de junho.

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Uma delegação do Fundo Monetário Internacional deverá visitar Moçambique já no próximo mês de junho, de acodo com o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane.

A equipa técnica do FMI deverá analisar a situação económica e financeira daquele país da África Austral, nomeadamente as implicações a nível macroeconómico das chamadas dívidas escondidas.

Segundo o Ministro da Economia e Finanças, “as negociações entre o Governo moçambicano e o Fundo Monetário Internacional estão a decorrer bem” e Maputo tem vindo a trocar dados com o organismo financeiro internacional.

Dirigindo-se à Comissão de Plano e Orçamento da Assembleia da República Moçambicana, Adriano Maleiane diz que é importante a vinda do FMI ao país para que possa ser conhecido o impacto da dívida pública nas projeções de crescimento económico a médio e a longo prazo. Maleiane recordou que os investidores internacionais seguem com muita atenção as análises das instituições financeiras internacionais.

“Estamos a trabalhar rapidamente para restaurar a confiança dos investidores e dos parceiros internacionais”, enfatizou Adriano Maleiane.

Relativamente à suspensão do apoio de alguns parceiros internacionais ao Orçamento do Estado moçambicano, depois do Governo ter reconhecido a a existência de dívidas não inscritas nas contas públicas, o ministro da Economia e Finanças disse estar confiante em que os investidores internacionais recuperem a confiança em Moçambique.

“O que os parceiros disseram foi que suspendiam o apoio até que o FMI tome posição sobre o impacto da dívida. Eles, tal como nós, são também membros do FMI”, enfatizou Adriano Maleiane.

A dívida escondida de Moçambique

O Governo moçambicano reconheceu no final de abril a existência de dívidas fora das contas públicas em 1,25 mil milhões de euros, em gastos relacionados “com a segurança” e em “infraestruturas estratégicas do país”.

A revelação de empréstimos com aval do Governo, contraídos entre 2013 e 2014, levou o FMI a suspender a segunda parcela de um empréstimo a Moçambique e a deslocação de uma missão a Maputo.

O grupo de 14 doadores do Orçamento do Estado também suspendeu os seus pagamentos, uma medida acompanhada pelos EUA, que anunciaram que vão rever o apoio bilateral ao país.

Maleiane diz que Governo anterior escondeu dívidas por se tratar de matéria de segurança nacional https://t.co/G1TmkKGtb0

— O País Online (@opaisonline) 18 de maio de 2016

Com a revelação dos novos empréstimos, a dívida pública de Moçambique é agora de 10,1 mil milhões de euros, dos quais 8,6 mil milhões são dívida externa. Um valor que representa mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) e traduz uma escalada de endividamento desde 2012, altura em que representava 42% do PIB.

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