Áustria: Nacionalista Norbert Hofer recusa rótulo de extrema-direita e partido aponta à chancelaria

Áustria: Nacionalista Norbert Hofer recusa rótulo de extrema-direita e partido aponta à chancelaria
De  Francisco Marques com die presse, afp
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O candidato derrotado nas presidenciais da Áustria, o nacionalista Norbert Hofer, analisou esta terça-feira os resultados das eleições de domingo com o líder do Partido da Liberdade (FPO), Heinz-Chris

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O candidato derrotado nas presidenciais da Áustria, o nacionalista Norbert Hofer, analisou esta terça-feira os resultados das eleições de domingo com o líder do Partido da Liberdade (FPO), Heinz-Christian Strache. Os dois sublinharam a vitória moral pelos quase 50 por cento de votos conseguidos, num escrutínio com mais de 70 por cento de participação entre 6,4 milhões de eleitores.

Conotado com a extrema-direita austríaca e até com certos ideais nazis, a estratégia do FPO parece passar agora por se distanciar dessa categorização e aproximar-se mais do centro. Pelo menos, isso ficou numa conferência de imprensa de Hofer, em pleno parlamento de Viena quando afirmou, sem rodeios, “o FPO não é um partido de extrema-direita.”

„The whole of #Europe has heaved a sigh of relief.” FM #Steinmeier on the outcome of the Presidential election in #Austria. #bpw16#bpwahl16

— GermanForeignOffice (@GermanyDiplo) 23 de maio de 2016

(“Toda a Europa respirou de alívio”,
MNE alemão Frank-Walter Steinmeier sobre eleições na Áustria.)

O também 3.° presidente da Assembleia Nacional (a câmara baixa do parlamento austríaco) lembrou que foi candidato “pelo FPO” e defendeu que se um partido de extrema-direita se tivesse candidatado a eleições na Áustria, não teria mais do que dois por cento dos votos”. “A percentagem de loucos na Áustria não é, certamente, superior a isso”, atirou, suportado num resultado alcançado nestas presidenciais de 49,7 por cento dos votos.

Aos camaradas que ficaram frustrados pela derrota, Hofer pediu calma. “Não cometam o erro de se atacarem uns aos outros. Somos todos austríacos e há lugar para muitas opiniões na Áustria”, afirmou, considerando que o vencedor, Alexander van der Bellen, vai ter uma tarefa difícil.

“Não é fácil perder por alguns milhares de votos. Mas também não é fácil ser presidente com tão poucos votos a mais. É preciso ser-se Presidente de todos os austríacos e convencer esta outra grande metade da Áustria vai ser uma tarefa muito difícil”, anteviu. Ainda assim, Hofer saudou o novo Presidente e desejou-lhe felicidade nas novas funções.

Líder do FPO aponta à chancelaria

O líder do FPO, por seu turno, salientou a ascensão do partido. “Somos, hoje, mais fortes que nunca”, assumiu (publicação de Facebook em baixo). Somos o novo centro da sociedade. Conseguimos uma importante vitória contra todo o sistema esclerosado e vamos preparar-nos para os próximos sucessos eleitorais”, lançou Heinz-Christian Strache, já a apontar baterias às legislativas de 2018, nas quais o FPO agora acredita poder conquistar a chancelaria.

Alexander van der Bellen ganhou domingo, à segunda volta, as eleições presidenciais austríacas, com 72,7 por cento de participação entre 6,4 milhões de eleitores. Economista de 72 anos e apoiado pelos Verdes, partido ecologista de que chegou a ser líder, o novo chefe de Estado austríaco conseguiu 50,3 por cento dos votos.

Os resultados vão ser oficializados no dia 1 de junho pelo Ministério do Interior austríaco. O FPO está em curso de averiguação sobre eventuais irregularidades e poderá avançar com uma contestação, mas apenas após a oficialização dos resultados. A tomada de posse de Van der Bellen foi, entretanto, marcada para 8 de junho pelo Presidente cessante, Heinz Fischer. Os dois, por fim, também se reuniram esta terça-feira para iniciar o processo de passagem de testemunho.

Erster Besuch des gewählten Präsidenten Alexander Van der Bellen beim amtierenden Bundespräsidenten Heinz Fischer pic.twitter.com/2BMRs440rN

— A. Van der Bellen (@vanderbellen) 24 de maio de 2016

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