França: Manifestações e bloqueios abrem brechas no governo

França: Manifestações e bloqueios abrem brechas no governo
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O governo francês muda de discurso face a uma nova jornada de protestos contra a polémica reforma do código do trabalho.

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O governo francês muda de discurso face a uma nova jornada de protestos contra a polémica reforma do código do trabalho.

Entre 153 mil e 300 mil pessoas manifestaram-se esta quinta-feira ao longo do país, quando os sindicatos prometem manter o bloqueio das refinarias e a redução da produção nas centrais nucleares.

Para Olivier Besancenot, antigo líder do partido anti-capitalista francês NPA:

“As divisões vão acabar por surgir no governo à medida que o Euro 2016 se aproxima. Não se pode, por um lado, ter dois meses e meio de protestos – esta é a oitava greve interprofissional, quando os protestos prosseguem em setores básicos- e imaginar que podemos acolher o Euro, sem combustíveis, carros e transportes, e mesmo sem eletricidade”.

Os protestos foram marcados por novos incidentes entre manifestantes e polícia à margem das marchas em 174 localidades.

Pelo menos 77 pessoas foram detidas e 15 polícias ficaram feridos durante os confrontos.

O primeiro-ministro Manuel Valls afirmou ontem estar aberto a modificar alguns pontos do texto da reforma.

O executivo rejeita, no entanto, rever o artigo número dois da lei que, ao contrário do que acontecia até hoje, prevê dar prioridade aos acordos de empresa sobre os acordos coletivos de trabalho.

Uma posição posta em causa por alguns dirigentes socialistas, quando os protestos reabrem as divisões entre a ala mais à esquerda e a ala mais liberal da formação governamental.

O governo tinha optado por aprovar a lei por decreto, durante o voto no parlamento há algumas semanas. O texto tem ainda que ser submetido ao Senado, onde o executivo poderia voltar a forçar a passagem das medidas.

A reforma laboral é defendida pelo governo como uma forma de aumentar a competitividade e combater o desemprego em França. Os Sindicatos CGT e Force Ouvrière, que protagonizam os protestos, consideram que o projeto fragiliza os direitos dos trabalhadores, conduzindo a uma redução dos salários ao prever, por exemplo, o fim do limite das 35 horas de trabalho semanal (se a medida for aprovada por acordo de empresa).

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