Lufthansa suspende voos para a Venezuela

Lufthansa suspende voos para a Venezuela
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De  Antonio Oliveira E Silva com REUTERS, LUSA
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A companhia aérea alemã Lufthansa suspendeu temporariamente os voos para Caracas, alegando quebras na procura devido à instabilidade política no país latino-americano e problemas no mercado cambial.

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A companhia aérea alemã Lufthansa disse este sábado que pretende suspender, ainda que de forma temporária, os voos entre o aeroporto de Frankfurt e o aeroporto Simón Bolivar de Maiqueitía, que serve a capital venezuelana, Caracas. As dificuldades económicas que têm vindo a acumular-se em relação à rota Frankfurt-Caracas foram apontadas como as principais razões para a decisão. A Lufthansa diz “lamentar o sucedido” e que “espera restabelecer a rota tão depressa quanto possível”.

A Lufthansa não conseguiu, até ao momento, estabelecer o dólar norte-americano como moeda nas transações comerciais e vê-se assim prejudicada no mercado cambial oficial quando converte, por exemplo, os lucros resultantes da venda de passagens de bolívares fortes para dólares. Isto porque o valor cambial praticado no mercado negro é muito superior ao do câmbio oficial, refletindo a real inflação na economia Venezuelana. Uma inflação e uma crise económica que tem vindo a afetar a compra de passagens na rota Frankfurt-Caracas.

A companhia alemã indicou que a procura de viagens internacionais com destino a Caracas a partir da Alemanha registou uma redução importante em 2015, tendência que se manteve durante todo o primeiro trimestre de 2016.

Por outro lado, tal como acontece com outras companhias aéreas internacionais, a Lufthansa diz ser muito difícil transferir os lucros de território venezuelano para o estrangeiro.

“Esta decisão foi tomada como resposta às atuais dificuldades económicas que se vivem na Venezuela e pelo facto de que a Lufthansa não consegue realizar o câmbio da moeda local para dólares norte-americanos e transferir os lucros para fora do país”, diz o comunicado da Lufthansa.

A decisão tem efeito já a partir do dia 18 deste mês de junho. Os passageiros com reservas para voos em datas posteriores receberão uma nova reserva na Lufthansa com destino a Bogotá e à Cidade do Panamá. Os escritórios da companhia na capital venezuelana não serão fechados.

Lufthansa não está sozinha

A dificuldade da Lufthansa em transferir os lucros originados na venda de passagens e operações em território venezuelano não é uma situação inédita. O mesmo aconteceu com outras grandes companhias internacionais, que decidiram reduzir a frequência de voos e eliminar alguns dos serviços que mantinham na Venezuela, como a American Airlines. A brasileira GOL, por seu lado, suspendeu os voos com a Venezuela em fevereiro deste ano, apontando para os mesmos motivos evocados pelas demais companhias.

Segundo vários meios de comunicação venezuelanos, a nova companhia aérea latino-americana resultante da fusão entre a chilena LAN e a brasileira TAM, a Latam, deverá seguir o exemplo da Lufthansa e suspender os voos para a Venezuela a partir de 31 de julho. Uma informação que não foi, até à manhã de domingo, confirmada pela companhia.

TAP não escapa aos prejuízos na Venezuela

A portuguesa TAP registou, em 2015, prejuízos de 99 milhões de euros em 2015, uma subida de 115% em relação aos 46 milhões de euros registados em 2014, evolução influenciada pelas receitas retidas na Venezuela. Segundo a TAP, os lucros retidos durante o acentuar da crise correspondem às vendas efetuadas entre março de 2013 e janeiro de 2015. A companhia realiza, neste momento, entre 3 a 4 voos semanais para a Venezuela, a partir das cidades de Lisboa e Porto.

Segundo o site oficial do aeroporto Simón Bolivar, de Caracas, a transportadora aérea portuguesa é uma das 5 companhias europeias com voos para a Venezuela, juntamente com as espanholas Iberia e Air Europa, a francesa Air France e, por agora, a alemã Lufthansa.

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