A Europa está a "afastar-se dos direitos humanos", diz diretora da Oxfam

A Europa está a "afastar-se dos direitos humanos", diz diretora da Oxfam
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Por ocasião das Jornadas Europeias de Desenvolvimento, em Bruxelas, a euronews entrevistou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam Internacional, uma organização não governamental de desenvolvime

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Por ocasião das Jornadas Europeias de Desenvolvimento, em Bruxelas, a euronews entrevistou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam Internacional, uma organização não governamental de desenvolvimento.

Grégoire Lory/euronews (GL/euronews): “A Europa enfrenta uma crise de migração, sobre a qual está muito dividida. Como avalia as respostas da União Europeia a esta crise?”

Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam Internacional (WB/Oxfam Internacional): “Pode-se gastar mais dinheiro no controle da migração, mas nunca se conseguirá impedir as pessoas de emigrar, em especial quando elas fogem do perigo. Poderá tornar-se cada vez mais perigoso e mais caro emigrar, mas as pessoas vão continuar a fugir do perigo. Por isso, a nossa visão é que a Europa pode fazer melhor e defender os direitos humanos. Esta tentação de condicionar ajuda financeira a acordos com regimes opressivos como estratégia para controlar a migração representa um afastamento dos direitos humanos e é perigosa para a Europa. A Europa vai perder credibilidade.

GL/euronews: “Se a Europa pode fazer melhor, quais são as medidas concretas que gostaria de ver postas em práticas pela União Europeia?

WB/Oxfam Internacional: “Em primeiro lugar, deixe-me dizer que 86% dos refugiados são acolhidos por países pobres, os países em desenvolvimento. Na realidade, os países ricos não estão a ser sobrecarregados com esse pesado fardo. No caso dos refugiados da Síria, estes representam um em cada quatro pessoas da população do Líbano, constituem um quarto da população desse país. Por isso é que pedimos aos países ricos para receberem 10% dos refugiados da Síria que estão nos países vizinhos. 10% representa 460 mil pessoas, o que não é muito para os países ricos. Além disso, pedimos que transfiram mais ajuda ao desenvolvimento para esses países vizinhos da Síria, que acolhem mais refugiados, porque as suas economias estão sob grande stress”.

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