O partido “anti-sistema” italiano arrebatou, esta noite, as Câmaras de Roma e Turim durante umas eleições municipais devastadoras para o Partido Democrata (PD) do primeiro-ministro Matteo…
O partido “anti-sistema” italiano arrebatou, esta noite, as Câmaras de Roma e Turim durante umas eleições municipais devastadoras para o Partido Democrata (PD) do primeiro-ministro Matteo Renzi.
Com os apelos da Direita contra o voto na formação governamental, o Movimento Cinco Estrelas de Beppe Grillo, conseguiu fazer da luta contra a corrupção e a máfia um argumento vencedor, ao conseguir eleger duas mulheres para as duas Câmaras.
Na capital, a advogada Virginia Raggi, de 37 anos, tornou-se a primeira mulher a chefiar a câmara local, depois de derrotar o candidato do PD, por 67,15% face a 32,85%, e depois dos sucessivos escândalos de corrupção na municipalidade.
“Vamos trabalhar para restaurar a legalidade e a transparência dentro das instituições após 20 anos de más políticas e do escândalo ‘Mafia Capitale’, não queremos que isto volte a repetir-se”.
Em Turim, a economista Chiara Appendino, de 31 anos, obteve 54,56% face ao antigo ministro da Justiça e peso pesado do PD, Piero Fassino, dado como favorito nas sondagens.
A formação no governo conseguiu “salvar” a capital económica, Milão, com a vitória de Giuseppe Sala por 51,7%, face a um rival de centro-direita.
Em Nápoles, uma das grandes cidades em jogo durante o sufrágio, o candidato independente, o antigo procurador Luigi De Magistris foi reeleito face a um opositor de centro-direita, igualmente com um discurso anti-sistema e anti-corrupção.
O resultado dos sufrágios preocupa o governo a meses do referendo a uma reforma constitucional proposta pelo primeiro-ministro.
O Partido Democrata convocou uma reunião para sexta-feira para analisar os resultados do sufrágio, quando Renzi prometeu demitir-se das suas funções caso os eleitores rejeitem a reforma nas urnas em Outubro.